sábado, 24 de novembro de 2012

Falando mal da Igreja


René Magritte



Outro dia, estava na fila do caixa em um supermercado e, inevitavelmente, ouvi a conversa de um casal à minha frente. Eles falavam mal de sua igreja. Por certo queriam que todos ouvissem as críticas que faziam, pois o volume da voz era alto. Estavam chateados com alguma coisa que havia acontecido no domingo e dispararam os comentários mais maldosos sobre irmãos, pastor, liderança, e por aí vai.
O funcionário que estava no caixa entrou na conversa e acabou criticando também.
Quando chegou a minha vez, este mesmo funcionário fez uma piada acerca de igreja achando que eu fosse rir. Em vez disso, conversei por um ou dois minutos sobre a importância da igreja e o amor de Jesus por todos nós. Saí do mercado com aquela cena em minha mente. Fiquei pensando o que leva uma pessoa a expor publicamente sua própria igreja, tornando-a alvo de chacota e ridicularização pública.
Pensei: "Se eles falam mal da igreja até para desconhecidos, imagine o que falam dentro de seu próprio lar". Com tristeza, cheguei à seguinte conclusão: o amor pela igreja de Cristo está acabando!
Quando os próprios membros da igreja são portadores de uma voz negativa e a expõem dessa forma é sinal de que não sentem mais nada por ela e a tratam como qualquer coisa menos como a "noiva de Cristo". Falar mal da igreja é como falar mal de si mesmo, afinal, nós somos a igreja. Somos membros do mesmo corpo, somos a família de Deus. Por um erro eclesiológico olhamos a igreja como se ela fosse uma realidade à parte de nós mesmos, como se existisse sem nós.

Somos a Igreja

Esse erro faz com que as pessoas perguntem: "que igreja você frequenta?" Nós não frequentamos ou somos membros de uma igreja, nós somos a igreja! A Igreja não é um lugar aonde nós vamos, mas sim é a comunidade da qual fazemos parte desde o momento quando recebemos a Jesus Cristo como Salvador.

"É fácil ser rude com a Igreja e é fácil encontrar suas falhas, mas quando você se torna cristão, você é aigreja" (Charles Conson em being the Body). Falar mal da igreja tem sido uma prática comum em todos os lugares e de variadas formas. Acaba um culto, e, nos corredores, as pessoas estão falando mal da igreja.
No FACEBOOK, muitos postam comentários falando mal da igreja. Nos programas televisivos, muitos ridicularizam a igreja e aproveitam entrevistas com cristãos para o conteúdo de suas piadas. Livros inteiros são publicados falando mal da igreja.
Minha pergunta é: qual o objetivo disso? Em minha opinião, alguém que fala mal da igreja publicamente se assemelha a um homem que chega em plena praça pública e fala mal de si mesmo, expondo suas fraquezas e dificuldades. Ou ainda a uma mulher que escreve nas redes sociais acerca de suas frustrações e problemas pessoais.

Qual seria o objetivo de uma pessoa fazer tais coisas? Com certeza não é ajudar e nem resolver uma questão, mas apenas expor suas fraquezas e torná-las públicas. E, ao fazer isso, ela corre o sério risco de se tornar alvo de gozação, ridicularização e escárnio. 

Psicólogos, conselheiros, mentores e outros profissionais que são procurados para prestar ajuda, sempre atendem as pessoas dentro de um ambiente seguro e com as portas fechadas. Nesse ambiente, eles podem ouvir as mágoas, tristezas e problemas que lhe são trazidos com sinceridade e coração quebrantado.

Acredito que isso vale para os membros da igreja. Insatisfação ou qualquer outra manifestação de descontentamento devem ser tratados e expostos em um ambiente próprio, seguro, e não publicamente.
Amando mais a Igreja 
A fila do caixa não é o melhor lugar para falar mal da noiva de Cristo. Aliás, nenhum lugar é bom para isso. Falar mal não deveria ser uma prática cristã. Podemos avaliar, conversar a respeito e até mesmo discutir um tema, mas sair falando mal, destruindo com palavras aquilo que é alvo do amor de Jesus.  - Sua igreja - isso nunca deveria acontecer.
Deveríamos amar mais a igreja, pois, ao fazermos isso, muitas coisas que se tornam conteúdo de nossas críticas simplesmente desapareceriam. Se tornariam desnecessárias.
A Bíblia diz em 1Pedro 4.8 - "Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados" (NVI). Em outra versão, aparece a expressão "o amor cobre uma multidão de pecados" (ARC). Quem ama protege em vez de expor. É o que diz o texto!

Quando amamos a igreja, nós perdoamos as falhas dos irmãos e lembramos que nós também falhamos. Olhamos para os outros membros do corpo de Cristo com um olhar perdoador e não com ódio ou mágoa. O amor protege através do perdão e da reconciliação.

Quem mais gosta dos comentários maldosos sobre a igreja é o diabo, que faz de tudo para incentivar os próprios cristãos a falarem mal da igreja.

A noiva  
Eu não falo mal da igreja. Isso é um princípio que tenho e pretendo levá-lo adiante até o dia quando participarei da igreja celestial. Na fila do caixa ou em postagem do FACEBOOK, não me verão falando mal da igreja. Se me perguntarem se já me entristeci com algum membro da igreja, minha resposta será afirmativa e virá acompanhada da plena consciência de que já devo ter entristecido alguém também.
Já passei por lutas na igreja e, por certo, ainda passarei, mas se Jesus Cristo, que é santo e perfeito, ama a igreja, eu, que sou imperfeito e pecador, não poderei amá-la? Se Jesus morreu pela igreja é sinal de que ela é muito importante e eu, como membro da igreja, devo me sentir privilegiado e feliz por fazer parte disso. Uma imagem que me ajuda muito a não falar mal da igreja é a linda cena do noivo e noiva de braços dados no corredor.
Que coisa linda! Imaginar que Jesus Cristo é o noivo da igreja me traz um alívio enorme ao coração. É Ele quem dignifica a igreja, a exalta e a reconhece como valorosa. E, sendo um membro da igreja, só posso agradecer a Ele por me dar essa honra que me faz perdoar meus irmãos e seguir firme, perdoando e preservando a beleza da igreja.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O Evangelho e o Ciclo Olímpico: Oportunidades para a Igreja


Pr. Ulisses Souza Torres 
Capelão Esportivo da Convenção Batista Carioca Coordenador de Esporte da Juventude Batista Brasileira 

No dia 12 de agosto, encerraram-se as Olimpíadas em Londres. Um termo passará a fazer parte do nosso dia a dia, o “Ciclo Olímpico”. Mas o que significa isso? O Ciclo Olímpico inicia-se no encerramento de uma Olimpíada e vai até a cerimônia de encerramento da próxima Olimpíada. Envolve, a preparação do país receptor do evento, a descoberta e qualificação de atletas, construção e melhoria das dependências para prática de diversas modalidades esportivas. 
A próxima Olimpíada ocorrerá na cidade do Rio de Janeiro em 2016. E os evangélicos poderão ter grande participação em todo esse período de Ciclo Olímpico, servindo ao propósito de Deus nesta geração (At. 13.36a). A grande pergunta que surge é: Qual é a relação entre o evangelho e o Ciclo Olímpico? 
Todo país que recebe as Olimpíadas necessita de uma estrutura determinada para realização dos jogos. Dessa necessidade, surge uns dos principais termos para que esse evento seja um sucesso: Voluntariado! Pessoas dispostas a participarem da organização dos eventos esportivos, sem receber remuneração alguma, com o único objetivo de fazer com que o evento seja um sucesso. 
Paulo afirma em sua carta aos Efésios 2.10: “Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos”. Enquanto Igreja de Cristo, precisamos nos engajar nesse grande movimento e nos voluntariarmos para que a sociedade perceba o nosso desejo em servi-la. Como Pedro afirma em sua primeira carta, capítulo 4, verso 2: “Cada um exerça o dom que recebeu para servir os outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas”. 
Enquanto servos de Jesus, a igreja brasileira precisa se preparar para poder compartilhar do amor de Jesus através do serviço. As igrejas podem se organizar, ensinando línguas estrangeiras para sua membresia e comunidades antes da realização do evento. Podem preparar suas estruturas para receberem missionários. Despertar e enviar líderes para capacitação em evangelização através dos ministérios esportivos. Nos dias de jogos, oferecer copos com água ou informa- ções através de missionários preparados para tais funções. Além disso, teremos dois grandes eventos no decorrer do Ciclo Olímpico onde poderemos começar um grande movimento de evangelização de nosso país: “a Copa das Confederações” em 2013, e a “Copa do Mundo” em 2014. Teremos a oportunidade de evangelizar o mundo, sem sair do nosso país. No nosso bairro, poderemos evangelizar pessoas da Europa, da Ásia, da Oceania, da África e das Américas. Deus está dando uma grande oportunidade para nossa geração. Precisamos nos preparar para compartilhar do amor do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo para aqueles “que aguardam com ardente expectativa a manifestação dos filhos de Deus” (Rom. 8.19). 
Eu quero participar de tudo que Deus está fazendo nesse Ciclo Olímpico, e você? Vamos buscar a capacitação da nossa igreja para participarmos desta ação divina em nosso país, cidade, bairro e igreja local. Estamos a disposição para auxiliar na capacitação e auxilio na estruturação deste ministério esportivo na sua igreja. 
Entre em contato conosco, vamos fazer parte desse time que vai mudar a história.


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Senador Magno Malta se pronuncia sobre missionários brasileiros presos no Senegal

MISSÕES INCOMPLETAS



Pr. Teófilo Karkle

O tema de Missões Incompletas tem o propósito de chamar a atenção da Igreja brasileira para essa tarefa que tem se tornado uma Negação em muita parte. Tem tão pouca gente fazendo Missões. Tem tão pouca gente falando sobre esta Obra em que Jesus colocou tanta Prioridade. Quase não se faz Campanha por Missões, assim como se faz campanha de quebra de maldição, de prosperidade, de restauração.

O povo sem Cristo está semelhante ao que Jeremias falou nas suas Lamentações: Todo o seu povo anda suspirando, buscando o pão; deram as suas coisas mais preciosas a troco de mantimento para restaurarem a alma; vê, Senhor, e contempla, que sou desprezível. Não vos comove isto a todos vós que passais pelo caminho? Atendei, e vede, se há dor como a minha dor, que veio sobre mim, com que o Senhor me afligiu, no dia do furor da sua ira. (Lamentações 1.11-12)

Eu escrevo semanalmente sobre Missões, pois a Obra Missionária em alguns lugares está na UTI. Noutros lugares está no Museu. E para outros lugares a palavra Missões está só no Dicionário. Não está na agenda dos pastores, não está nas reuniões de obreiros, não está nos corações dos pregadores. Vez em quando encontramos alguém como Gideão sozinho escondido dentro de um lagar salvando um pouco de trigo para a sua família.

Escrevo com muita Urgência sobre Missões fazendo de Missões o tema Primordial da PRONAMI – Promotoria Nacional de Missões, organização que tenho criado na Internet para Promover Missões no Brasil, com destino ao Chile. Vamos colocar alguns números de Missões para que todos vejam o quanto está faltando ainda esta Obra, o quanto as Missões estão Incompletas. Contarei a realidade da falta de Interesse das igrejas brasileiras por Missões, este Brasil que no seu hino nacional é o Florão da América.

Havia 3.000 pastores em um Congresso, quando foram distribuídos os temas em grupos, apenas 12 pastores escolheram o tema de Missões. Nem vou fazer a conta para saber a porcentagem, pois ao saber de que apenas 12 pastores entre 3.000 se interessaram por Missões me deu uma tristeza muito grande, isso é uma vergonha, isso é uma Negação Missionária.

Estudos provam que no geral cada crente brasileiro tem aportado R$ 12.00 (doze reais) por ano para as Missões, um realzinho ao mês. Meu Deus R$ 1.00 Real por mês, não alcança nem comprar uma latinha de Coca-Cola!

O Senhor Jesus nos entregou a tarefa de fazer discípulos em todo o mundo, através de Missões, já passaram mais de 2.000 anos e a tarefa está Inacabada, Incompleta - vamos reverter esse tema, amados?
O número de Pastores que enviam Missionários e sustentam com recursos da igreja local é muito pequeno. Poderia contar aqui as cidades do Brasil que fazem Missões com recursos próprios.

Não estamos a favor do estilo que alguns têm adotado de fazer Sócios Contribuintes de todos os Estados brasileiros para poder fazer Missões. Depois tem que juntar estas multidões em Congressos. Se cada pessoa que viajasse de ônibus, automóvel ou até mesmo de avião para um congresso desses aplicasse o dinheiro das passagens, da roupa que compra para a viagem, da hospedagem, da alimentação e das ofertas extras que entregam, dariam para sustentar centenas de Missionários vários meses no Campo.

Outros vendo o movimento todo que acontece nestas instituições terceirizadas de Missões tratam de imitar e de criar um evento na sua pequena cidade, ou na sua pequena igreja, sem ter Missionários no campo, sem ter experiência com o tema, lá vai mais um monte de semente jogada fora.

Aqueles Congressos de Missões, que muito pouco têm de Missões, os temas dos pregadores são verdadeiras exibições de conhecimento, revelações de novidades e não propriamente dito sobre Missões. Tem um vírus da opulência contaminando os pregadores que antes tinha unção, agora só tem técnica. Antes falavam com autoridade, agora só ensurdecem a audiência com gritos.

Como gostaria que esse tipo de locução esnobe terminasse e que nos Congressos de Missões fossem colocados Missionários para pregar, para contar as necessidades dos países onde estão atuando. Vamos lá Missionário, prepara-te, precisamos acabar com esse mercado de estrelas.

Sempre procuramos nos atualizar com os Números Missionários, do que ainda está faltando para fazer realizar na grande obra. Assim descobrimos que existem 24.000 povos no mundo e ainda faltam 6.800 povos para serem alcançados. No Amazonas brasileiro há 33.000 povoados pequenos dos ribeirinhos que precisam ser evangelizados e 250 tribos indígenas.

Sabe quantos idiomas existem no mundo? Quantos deles têm a tradução da Bíblia? Existem no mundo 6.909 línguas e 2.432 delas ainda não têm nada de Bíblia. Precisaria Deus levantar 2.432 Missionários Tradutores muito bem preparados para traduzir Bíblias para os idiomas que ainda não têm sua Bíblia. Mas, com este tema de Tradução nos deparamos com outro problema, a grande maioria dos missionários não gostam de escrever, como se dedicaria a transcrever a Bíblia em outro idioma? Primeiro, os Missionários teriam que viver no meio do povo, da tribo, ter bastantes recursos para manter-se durante a tradução, que demanda bastante tempo. Missionários Tradutores tem que ter facilidade de aprender o novo idioma ou dialeto para poder traduzir a Bíblia.

Morrem todos os dias 85.000 pessoas sem nunca terem ouvido nada de Cristo. Sabe o que significa 85 mil pessoas por dia? Seria como morrer todos os habitantes de algumas destas cidades que tem 85 mil habitantes no Brasil, tais como: Itanhaém (SP) Itabaiana (SE) Jataí (GO) Campo Mourão (PR) Patrocínio (MG) Manacapuru (AM) Itaúna (MG) São João del Rei (MG) Santana do Livramento (RS) Você que conhece estas cidades calcula aí o tamanho da sua cidade desaparecendo diariamente.

Outros números que deveriam apavorar todos os crentes são os 500.000.000 (quinhentos milhões) de chineses que nunca ouviram nem o nome de Cristo. Quando vamos alcançar as 600 mil cidades e vilas da Índia 500 mil delas não possui um obreiro cristão. Ei! Deus não está te chamando para ir para lá? Não acha que está muito boa a tua vida aí no Brasil? Por que não aumenta a fila dos que estão lutando já pela salvação dos povos?
A igreja brasileira ficou jactanciosa, se gaba muito de ser a 3ª maior igreja do mundo com mais de 300 mil templos. Trezentos mil templos, e nem 1% deles estão fazendo Missões!

No Amazonas se constrói um templo a cada sete dias, ou seja, 52 templos por ano é o lugar que mais cresce no Brasil e para lá também se precisa de milhares de Missionários. Onde estão eles? Muitos estão como diz o Hino Nacional: “Deitado eternamente em berço esplêndido”.

E agora a moda é construir templos ecológicos, templos com capacidades gigantescas para comportar todos os seguidores de Cristo. Alguns templos estão cheios de pessoas vazias, outros templos nada fazem por Missões.
Sabe quantas pessoas precisam para sustentar um Missionário na Janela 10-40? 100 mil crentes para sustentar um missionário dentro da Janela 10-40 e que investe em média R$ 1,30 por pessoa, por ano, para Missões Transculturais.

Deveríamos fazer uma Reforma Missionária no Brasil. Cada igreja com 100 crentes deveria ter um Missionário enviado e dignamente sustentado.

Deveríamos construir 10% de Templos que temos em cada cidade do Brasil, no Exterior. Ou seja, numa cidade que tenha 50 templos próprios construídos, deveríamos construir 5 templos no exterior. Imagine a revolução!

Imagine agora a difícil situação no tocante ao viver dos Missionários, pela Fé, pois as igrejas estão apenas preocupadas com as construções de templos, com o sustento dos obreiros integrados e com manter toda a estrutura administrativa: gastos de combustível, comunicação, zeladoria, mobílias do templo, sonorização e outras coisas mais.

Esta é a nossa situação pessoal, precisamos de ajuda, precisamos de pessoas comprometidas e que amem a Obra Missionária, mas que não fiquem apenas no amor, mas na prática dele.

Queres nos ajudar? Aqui colocamos nossa conta para que você possa nos ajudar. Conta corrente 18.491-8 agencia 3078-3 Banco do Brasil.

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sábado, 10 de novembro de 2012

I ENBOGUE - Encontro Nacional de Blogueiros Evangélicos - Entrada franca



Caros blogueiros, 

É como muita alegria que informamos que o I Encontro Nacional de Blogueiros Evangélicos (ENBLOGUE), a ser realizado durante o Encontro Para a Consciência Cristã 2013, será gratuito. Depois de uma redefinição por parte da VINACC o pagamento do ingresso no evento foi liberado.

Entretanto, o blogueiro que tiver a intenção de participar deverá realizar a sua inscrição, tendo em vista o limite de vagas. 

Portanto, faça logo a sua inscrição e prepare-se para participar desse encontro histórico da blogosfera cristã. Não deixe para comprar as passagens aéreas próximo do evento, que será realizado em Campina Grande-PB, no dia 09/02/2012. 

Vamos fazer o seguinte: os blogueiros que confirmarem a participação no I Enblogue terão seus blogs divulgados. Basta deixar um comentário no post dizendo que participará do evento e quais são as suas expectativas. Vamos la!

Programação

SÁBADO: 09/02/2013

Programação Matutina:



1° ENBLOGUE (Encontro Nacional de Blogueiros Evangélicos – UBE/VINACC)



Local: Clube da Bolsa
Horário: 9h às 11h40
Palestrantes e Temas:
Pr. Carlos Roberto da Silva (AD-SP) e Pr. Altair Germano (AD-PE) – “Entendendo a Blogosfera Cristã: A Gênese da blogosfera cristã: como tudo começou; A importância de existir uma blogosfera cristã; Como aumentar e melhorar a blogosfera cristã; A necessidade de qualificação dos blogueiros cristãos; Como potencializar a influência da blogosfera cristã?”

Valmir Nascimento (AD-MT) e Vinicius Pimentel (Voltemos ao Evangelho/SP) – “Blogosfera cristã: Ontem, Hoje e Amanhã: Princípios norteadores que devem reger a blogosfera cristã; A blogosfera cristã e o futuro da igreja brasileira; Qual a influência da blogosfera para a Teologia Cristã (Apologética e Cosmovisão). Blogosfera cristã: Focar o mundo, a igreja ou ambos?

Obs.: Programação aberta ao Público.



Programação Vespertina:



1° ENBLOGUE (Encontro Nacional de Blogueiros Evangélicos – UBE/VINACC)

Local: Teatro Rosil Cavalcante
Horário: 14h30 às 17h10
Palestrantes e Temas:
Pr. Renato Vargens e Dra. Norma Braga – “Do blog para a editora: como fazer posts se transformarem em livro: cases de sucesso”.
Mesa de debates – “A realidade dos blogs e a nova liderança intelectual” (Valmir Nascimento, Altair Germano, Carlos Roberto da Silva, Renato Vargens, Vinicius Pimentel e Norma Braga): Qual de fato é o poder da blogosfera evangélica?; Por que os líderes evangélicos devem investir ou apoiar blogs reconhecidamente evangélicos? 

Obs.: Programação aberta ao Público.

domingo, 4 de novembro de 2012

A Esperança Humana: Rebelião contra a Queda




Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio e cuja esperança está posta no Senhor, seu Deus.
Salmos 146:5

Sammis Reachers

Uma das chamadas três virtudes teologais, citadas pela apóstolo Paulo em 1Co 13.13 (ao lado da Fé e do Amor) a Esperança é, das três, talvez a virtude menos considerada, e no entanto parece-me ser a mais inatamente presente no ser humano.

Mas quem é essa menina, essa força invisível, esse brilho nos olhos que é a Esperança? Por que a Esperança resiste tão fortemente, mesmo esmagada e esquecida no fundo de uma cela? Mesmo de joelhos dobrados à coronhadas, mesmo diante do pelotão, com armas apontadas para sua cabeça de olhos vendados, inchados de tanto levar socos, torturada? Mesmo diante do sorriso imundo de Satanás, como essa força, essa menininha, a esperança no escape, a esperança no bem, a esperança no Altíssimo, resiste no subsolo deste edifício implodido que é o homem? Tenho uma definição para a Esperança: Rebelião contra a Queda.

A Esperança, a inata (por Deus plantada) rebelião contra a Queda viva no coração humano, quando alcança a graça de encontrar seu objeto na epifania (manifestação física da divindade) Jesus Cristo, torna-se de Rebelião em Revolução. Mas ainda em estágio de Rebelião, manifesta-se já sua maior singularidade: a Esperança humana, mesmo antes do nascimento de Cristo e mesmo para aqueles que, ontem ou hoje, nunca o conheceram, é já Cristo abraçando o mundo por toda a extensão da história, do homem; é ela própria a ‘eternidade que Deus pôs no coração de todo homem’ (Ec 3.11).

Talvez você tenha já ouvido falar no Fator Melquisedeque, um conceito fundamental em Missiologia, e que foi proposto pelo antropólogo Don Richardson, em seu livro de mesmo nome. Num resumo wikipediano, lê-se que “O Fator Melquisedeque é designação dada à consciência universal da existência de um Deus único, entre as diversidades de expressões culturais e religiosas dos diferentes povos e civilizações ao longo da história.” É como um ‘gancho’ deixado por Deus em cada cultura, para facilitar a posterior assimilação da Revelação do Evangelho.

Pois entendo nossa menininha, a Esperança, como a expressão básica, elementar, a molécula feita e utilizada para erigir no homem aquilo que Don Richardson definiu como o Fator Melquisedeque. Uma outra metáfora: a Esperança como os tijolinhos que formam o templo vazio que nasce junto com cada filho de Adão, templo este que tem o tamanho exato de Deus, pois feito sob estrita medida. O homem nasce um templo vazio, mas feito de Esperança. A Esperança, tudo o que nos restou, é o edifício pronto para recebê-Lo (a Deus) em nós. A Esperança é a mão que em nós o Espírito Santo usa para segurar o outro lado da corrente, a Mão de Deus.

Jurgen Moltmann, teólogo alemão, proponente da principal corrente da assim chamada Teologia da Esperança, e que, soldado da Alemanha derrotada na Segunda Guerra, foi mandado para campos de prisioneiros de guerra na Irlanda, nos diz:
“Vi homens nos campos que haviam perdido a esperança. Eles simplesmente se entregavam, adoeciam e morriam. Quando na vida a esperança hesita e se desfaz, uma tristeza que vai além de todo o consolo toma conta da pessoa. Já a esperança incomoda e inquieta. A pessoa não se contenta mais com a situação, com a forma como as coisas estão.”

Moltmann foi inspirado pelo filósofo alemão Ernst Bloch, para quem todo ser humano é instintivamente dotado de esperança, é insuflado a buscar – avançando - a Utopiasonhada. Bloch era ateu e marxista revisionista; tinha, portanto, uma visão secular para qual seria a Utopia sendo perseguida pelo homem. Utopia esta que Moltmann corretamente entende como o Reino vindouro de Cristo, cuja ressurreição e ascensão são as marcas patentes da promessa de seu Retorno, são como que os próprios signos da Esperança.

Se Moltmann era soldado um alemão aprisionado em campos de concentração dos vencedores Aliados, e que durante seu sofrimento em meio a tal situação achegou-se à esperança cristã, na outra face desta estranha moeda, o psiquiatra judeu Viktor Frankl, contemporâneo de Moltmann, desenvolvia as bases de sua Logoterapia, enquanto prisioneiro também em campos de concentração, mas como prisioneiro dos alemães.

Frankl, tendo perdido praticamente toda a sua família para a máquina de extermínio de Hitler, agarrou-se (ele também) à Esperança (entendida, em suas próprias palavras, como ‘fé no futuro e vontade de futuro’), e desenvolveu sua doutrina baseado na valorização da esperança (otimismo) como sentido para a vida. Frankl cedo percebeu no homem um vazio causado pela ‘vontade de Sentido’, e concluiu (renegando aqui seus predecessores e antigos ‘mestres’ Freud e Adler) acertadamente que esse vazio tem origem espiritual, e desse vazio decorrem os principais problemas psíquicos do homem.

Repito aqui a pergunta feita acima: que força é essa que resiste no subsolo do edifício homem, mesmo quando este edifício é implodido? Ambos os prisioneiros poderiam ter desistido de suas vidas e se entregado, mas ambos vislumbraram, cada qual a seu modo, a Esperança, e agarraram-se a ela com todas as suas forças, com tudo de si. E passaram a desenvolver suas doutrinas tendo ela por fundamento. Não é algo fascinante? Continuemos com Frankl:

Estás no valo trabalhando. O crepúsculo que te envolve é cor-de-cinza, o céu acima é cinzento, cinzenta a neve no pálido lusco-fusco, os trapos dos teus companheiros são cinzentos, e também os semblantes deles são cor-de-cinza. Retomas outra vez o diálogo com o ente querido. Pela milésima vez lanças rumo ao sol teu lamento e tua interrogação. Buscas ardentemente uma resposta, queres saber o sentido do teu sofrimento e de teu sacrifício - o sentido de tua morte lenta. Numa revolta última contra o desespero da morte à tua frente, sentes teu espírito irromper por entre o cinzento que te envolve, e nesta revolta derradeira sentes que teu espírito se alça acima deste mundo desolado e sem sentido, e tuas indagações por um sentido último recebem, por fim, de algum lugar, um vitorioso e regozijante ‘sim’.”

Ao erigirem a Esperança como sua interna rebelião contra a derrota, a solidão, o vazio e a morte, ambos venceram. É Agostinho de Hipona quem diz: “A Esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las.

Causa fascinação que em situações extremas, de dor radical, holística (abarcando todas as dimensões do humano), essa virtude resista combatendo no coração desses e de tantos outros homens? Mas é isso mesmo que ela é, o Princípio Combatente no coração do homem, a arma do Santo Espírito. Mesmo atirada ao fundo lamacento do poço, como José, como Jeremias, ela escava, ela escala, ela acredita - e oferece um sorriso para insuflar os mutilados.

Há um poema de um grande poeta cristão francês, Charles Péguy, que, em seu estilo intimista e desabusado, e que faz tão bom uso das repetições (talvez como nenhum outro poeta que eu conheça), fala oportunas palavras sobre essa menina magricela, mas apaixonante e veementemente forte, a Esperança. Coligi esse poema na Breve Antologia daPoesia Cristã Universal que organizei. É um pouco extenso, mas vale a pena você ler.

A Esperança

Tradução de Guilherme de Almeida

A crença de que eu gosto mais, diz Deus, é a esperança.

A fé, isso não me espanta.
Isso não é espantoso.
Eu resplandeço de tal maneira na minha criação.
No sol e na lua e nas estrelas.
Em todas as minhas criaturas.
Nos astros do firmamento e nos peixes do mar.
No universo das minhas criaturas.
Sobre a face da terra e sobre a face das águas.
No movimento dos astros que estão no céu.
No vento que sopra sobre o mar e no vento que sopra
no vale.
No calmo vale.
No tão quieto vale.
Nas plantas e nos animais e nos animais das florestas.
E no homem.
Minha criatura.
Nos povos e nos homens e nos reis e nos povos.
No homem e na mulher sua companheira.
E principalmente nas crianças.
Minhas criaturas.
No olhar e na voz das crianças.
Porque as crianças são mais minhas criaturas.
Do que os homens.
Elas não foram ainda desfeitas pela vida.
Da terra.
E entre todos elas são meus servidores.
Antes de todos.
E a voz das crianças é mais pura do que a voz
dos ventos na calma do vale.
No vale tão quieto.
E o olhar das crianças é mais puro do que o azul do
céu, do que o leitoso do céu, e do que um raio
de estrela na calma noite.
Ora eu resplandeço de tal maneira na minha criação.
Na face da montanha e na face da planície.
No pão e no vinho e no homem que lavra e no homem
que semeia e na messe e na vindima.
Na luz e nas trevas.
E no coração do homem que é o que há de mais
profundo no mundo.
Criado.
Tão profundo que é impenetrável a todo olhar.
Exceto ao meu olhar.
Na tempestade que faz cabriolar as ondas e na
tempestade que faz cabriolar as folhas.
Das árvores da floresta.
E ao contrário na calma de uma bela tarde.
Na areia do mar e nas estrelas que são uma areia
no céu.
Na pedra do limiar e na pedra da lareira e na pedra
do altar.
Na oração e nos sacramentos.
Nas casas dos homens e na igreja que é minha casa
sobre a terra.
Na águia minha criatura que voa sobre os píncaros.
A águia real que tem pelo menos dois metros de
envergadura e talvez três metros.
E na formiga minha criatura que rasteja e que armazena
um pouquinho.
Na terra.
Na formiga meu servidor.
E até na serpente.
Na formiga minha serva, minha ínfima serva, que
armazena a custo, a parcimoniosa.
Que trabalha como uma desgraçada e que não tem
mesmo folga e que não tem mesmo descanso.
A não ser a morte e o longo sono de inverno.

Eu resplandeço de tal maneira em toda a minha criação.
..........................   ...........................   .....................

A caridade, diz Deus, isso não me espanta.
Isso não é espantoso.
Essas pobres criaturas são tão infelizes que a não ser
que tivessem um coração de pedra, como não
haveriam de ter caridade umas para com as outras.
Como não haveriam de ter caridade para com seus irmãos.
Como é que eles não haviam de tirar o pão da boca,
o pão de cada dia, para dá-lo a desgraçadas
crianças que passam.
E meu filho teve para com eles uma tal caridade.
Meu filho irmão deles.
Uma tão grande caridade.

Mas a esperança, diz Deus, eis o que me espanta.
A mim mesmo.
Isso é espantoso.
Que essas pobres crianças vejam como tudo isso acontece
e acreditem que amanhã vai ser melhor.
Que vejam como isso acontece hoje e acreditem que vai
ser melhor amanhã cedo.
Isso é espantoso e é mesmo a maior maravilha da nossa
graça.
E eu mesmo me espanto com isso.
E é preciso que de fato minha graça seja de uma força
incrível.
E que ela escorra de uma fonte e como um rio
inesgotável.
Desde aquela primeira vez que ela escorreu e escorre
sempre desde então.
Na minha criação natural e sobrenatural.
Na minha criação espiritual e carnal e ainda espiritual.
Na minha criação eterna e temporal e ainda eterna.
Mortal e imortal.
E aquela vez, ó aquela vez, desde aquela vez que
ela escorreu, como um rio de sangue, do flanco
trespassado de meu filho.
Qual não deve ser a minha graça e a força da minha
graça para que essa pequena esperança, vacilante
ao sopro do pecado, trêmula a todos os ventos,
ansiosa ao menor sopro,
seja tão invariável, mantenha-se tão fiel, tão reta,
tão pura; e invencível, e imortal, e impossível
de apagar-se; que essa pequena flama do
santuário.
Que queima eternamente na lâmpada fiel.
Uma chama tiritante atravessou a espessura dos mundos.
Uma chama vacilante atravessou a espessura dos tempos.
Uma chama ansiosa atravessou a espessura das noites.
Desde aquela primeira vez que a minha graça escorreu
para a criação do mundo.
Desde então que a minha graça escorre sempre para a
conservação do mundo.
Desde aquela vez que o sangue do meu filho escorreu
para a salvação do mundo.
Uma chama impossível de se alcançar, impossível de se
apagar ao sopro da morte.

O que me espanta, diz Deus, é a esperança.
Eu fico pasmo.
Essa pequena esperança que parece uma cousa de nada.
Essa pequena esperança.
Imortal.
Porque as minhas três virtudes, diz Deus.
As três virtudes minhas criaturas.
Minhas filhas minhas crianças.
Elas próprias são como as minhas outras criaturas.
Da raça dos homens.
A Fé é uma Esposa fiel.
A Caridade é uma Mãe.
Uma mãe ardente, cheia de coração.
Ou uma irmã mais velha que é como uma mãe.
A Esperança é uma meninazinha de nada.
Que veio ao mundo no dia de Natal do ano passado.
Que brinca ainda com o boneco de neve.
Com seus pinheirinhos de madeira da Alemanha cobertos
de geada pintada.
E com seu boi e seu jumento de madeira da Alemanha.
Pintados.
E com seu presépio cheio de palha que os animais não
comem.
Porque elas são de madeira.
Entretanto é essa meninazinha que atravessará os
mundos.
Essa meninazinha de nada.
Ela só, levando os outros, que atravessará os mundos
volvidos.

* * *

Esperança humana: Rebelião contra a Queda, com Cristo tornada Revolução contra a Queda. Muitos não suportam esta palavra, mas o que dizer? O Cristianismo é mesmo fundamentalmente revolucionário.

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Moltmann, Jürgen. Citado por Ed. L. Miller em Teologias Contemporâneas (São Paulo: Vida Nova, 2011).
Frankl, Viktor E.. Em Busca de Sentido (Petrópolis: Editora Vozes, s/d).
Péguy, Charles. Breve Antologia da Poesia Cristã Universal (Edição eletrônica, org. Sammis Reachers, 2012).