quarta-feira, 28 de maio de 2014

As igrejas e a política: O manifesto de Tiago


Lembro-me da euforia — e da polêmica — que tomou conta das Assembleias de Deus na década de 1980, quando a nossa denominação descobriu a política. Nessa época, a filantropia já era organizacional, e, com a eleição de nossos irmãos na fé para os diversos escalões de governo, estávamos felizes por apagar de vez o estigma de instituição alienada. Mas a nossa nova imagem — se é que realmente a conquistamos — não nos eximiu das antigas dúvidas. Afinal, a Igreja tem ou não obrigações sociais? Deve ou não eleger representantes?
Quanto mais penso no assunto, mais me convenço de que nessas questões nos arriscamos a cometer um grande equívoco: o de fazer o que é certo e o que é lícito, mas pelos motivos errados. É também minha convicção que igreja alguma se oriente por programas políticos ou sociais. Contudo, a Bíblia, em Tiago 1.27, apresenta-nos este manifesto: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo”. É por ele que devemos nos guiar.
As obrigações sociais
Por um bom período, a nossa denominação praticamente ignorou as obras de assistência social. A evangelização era a única prioridade e só enxergava as almas perdidas, sem lhes perceber o invólucro — o corpo — faminto ou doente. Éramos puros, cheios de fé e de amor, todavia maculados pela omissão. [Hoje penso que talvez houvesse mais caridade voluntária, porém a denominação não se caracterizava por isso.] Mas quando finalmente removemos a mácula de nossa religião, ficamos expostos à impureza, porque — este é o ponto — a Igreja não pode fazer caridade por obrigação social ou apenas para melhorar a sua imagem. [Acrescento que algumas igrejas fazem caridade como “tática de evangelização”, sem real interesse pela situação da pessoa, exceto no que diz respeito à sua “alma”.]
O manifesto de Tiago tem por base o principal ensino da epístola: as boas obras são o produto natural da fé verdadeira e do amor ao próximo. Se a nossa caridade reflete uma consciência pesada ou resulta de pressões externas, estamos corrompendo a Palavra. Se nos negarmos a socorrer o próximo, a fé que professamos é morta. Desse modo, concluímos que a Igreja não tem “obrigações sociais”, e sim o dever de professar uma fé verdadeira com as suas naturais consequências: as boas obras.
Os representantes
Bem, os motivos de a Igreja estar fazendo caridade podem não ser identificáveis à primeira vista, mas o equívoco, a meu ver, é evidente na questão política. Na época em que “descobrimos” a política, os candidatos brotavam com a ligeireza de certas gramíneas, alastrando-se pelos templos florescentes de cidadania, proclamando-se e sendo proclamados representantes da Igreja. Não discuto a existência de políticos em nosso meio. O que nunca entendi foi a declarada representação.
Ora, representar significa reproduzir. Então, o que estamos pretendendo? Um ramo estatal? Uma mistura de poder espiritual com poder político? A história já nos mostrou que essa combinação é sinônimo de desgraça social e espiritual. É nobre e bíblico desejar a justiça, mas o caminho com certeza não passa pelos pretensos e pretendidos representantes.
Se queremos representantes no poder, é certo que desejamos governar — e mais certo ainda que iremos nos corromper. O motivo? Simples: governar não é missão da Igreja, porque ela acabará se expondo a um bombardeio de tramas e interesses e obrigando-se a concessões que jamais faria como Igreja. Por fim, terá de renunciar ao seu propósito original. E assim um país dirigido pelas Assembleias de Deus — ou pelos seus representantes — não garantirá uma sociedade mais justa. Na verdade, não será melhor que um governo oficialmente católico nem mais desejável que um Estado muçulmano.
A Igreja deve ser o sal da terra, além de ela mesma “guardar-se da corrupção do mundo”, como refere o manifesto de Tiago. Claro, é lícito a Igreja dar o seu voto de confiança a membros vocacionados para a política. Mas parece que nem isso sabemos fazer. Depois da última eleição, vários deputados federais evangélicos apareceram numa lista negra acusados de atos políticos reprováveis. E eles ainda nem haviam assumido! Ou seja, nosso sal foi “pisado pelos homens” mesmo antes de tocar o solo brasiliense.
Possamos nós, com a graça de Deus, simplesmente continuar como Igreja!
Publicado pela primeira vez no Mensageiro da Paz, no final da década de 1990.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Baixe a revista Passatempos Missionários 3 - África


Queridos irmãos, a revistinha PASSATEMPOS MISSIONÁRIOS chegou ao seu terceiro número. Esta edição é totalmente dedicada ao continente africano. Apresentamos informações gerais e curiosidades sobre a história, economia, religiões e línguas da África, dando destaque especial aos países de língua portuguesa do continente.
Além dos tradicionais caça palavras, palavras cruzadas, quizes e as Reflexões Missionárias, nesta edição contamos ainda com criptograma, jogo dos erros e quebra-cabeça. E também um mapa da África, de folha inteira, para auxiliar os leitores.

Passatempos Missionários é uma publicação do blog Veredas Missionárias, e objetiva transmitir informações relevantes, direta e indiretamente ensinando e despertando a Igreja sobre a importância e a urgência da causa missionária, tudo isso através de divertidos passatempos.

Este é um material totalmente gratuito, sem cores denominacionais, concebido para ser livremente distribuído entre a membresia de igrejas evangélicas, seminários, classes de escola dominical, grupos e células, cultos e eventos de Missões etc.

A revista possui 20 páginas, em tamanho A5, e está em formato PDF.

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Caso não consiga fazer o download, solicite-me o envio por e-mail:sammisreachers@ig.com.br


Colabore conosco, repassando este recurso gratuito para outros irmãos, igrejas e instituições.


domingo, 11 de maio de 2014

MÃE, UM MINISTÉRIO, poema de Thiago Rocha

Giuseppe Magni

MÃE, UM MINISTÉRIO

Ó tu, que tens a divinal função
de ser esposa e mãe, nesse mister,
ao te realizar como mulher,
alcançaste a mais santa vocação.

Esposa e Mãe: não haverá missão
que possa mais honrar e enobrecer
toda mulher, em cuja criação
há um toque divino a envolver.

No seio da família, como exemplo,
podes fazer da casa um santo templo,
ou, negligente, a deixes derribar.

De tuas mãos depende, ó mãe e esposa,
fazer de tua casa a mais ditosa,
construindo, com fé e amor, um lar!


Thiago Rocha, no livro Arte de Viver

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Os grupos menos evangelizados do Brasil parte 2: Indígenas, Ribeirinhos, Os mais ricos dentre os ricos e Os mais pobres dentre os pobres



Indígenas

O Brasil possui em torno de 340 grupos e subgrupos indígenas, os quais falam 189 LÍNGUAS. Desses 340, 121 nunca ouviram falar do Evangelho. E se você imagina que essas tribos estão apenas na imensidão da Floresta AMAZÔNICA, engana-se: apenas no Nordeste, existem 57 TRIBOS, sendo que 23 delas permanecem não alcançadas.
As tribos indígenas brasileiras estão divididas de ACORDO com o tronco linguístico a que pertencem, que são principalmente o Tupi-Guarani (litoral do país), o Macro-Jê, e o Aruak, embora existam outras.
A contribuição dos índios para nossa CULTURA é imensa. Seja pela culinária, pelas palavras (mais de 20.000 anexadas ao português), seja por práticas como o banho DIÁRIO ou o dormir em redes, por exemplo.
Um problema comum, principalmente nas tribos mais urbanizadas ou que tiveram maior CONTATO com o homem branco, é o alcoolismo.
A Missão ALEM (Associação Linguística Evangélica e Missionária - www.missaoalem.org.br) oferece TREINAMENTO para quem deseja ser um missionário tradutor da Bíblia, com foco especial em nossos povos indígenas não alcançados. A Missão Novas Tribos do Brasil (www.novastribosdobrasil.org.br), dentre outras, tem prestado também relevante serviço de EVANGELIZAÇÃO entre nossos indígenas.

Por diversas dificuldades levantadas pela FUNAI (Fundação Nacional do Índio) à presença de missionários entre algumas tribos, tem-se incentivado aquilo que se chama de a Terceira Onda Missionária, onde os próprios indígenas, CONVERTIDOS, evangelizam outros indígenas, seja da mesma ou de outras tribos. Note-se o trabalho realizado, nesse sentido, pelo CONPLEI (Conselho de Pastores e Líderes Indígenas).


Ribeirinhos

A AMAZÔNIA possui a maior bacia fluvial do mundo: são 7 milhões de quilômetros QUADRADOS, que se estendem por oito países. O rio Amazonas possui mais de 7 mil AFLUENTES, e 25 mil quilômetros de vias navegáveis. E é por tais extensões de águas que se espalham os RIBEIRINHOS. Apenas na Amazônia brasileira, estima-se que existam 37.000 comunidades ribeirinhas, sendo que 10.000 delas não possuem a presença de IGREJAS evangélicas, nelas ou nas proximidades. A imensa maioria das comunidades ribeirinhas da Amazônia só pode ser alcançada por via FLUVIAL (barcos), em viagens que podem durar diversos dias.
Mas quem são os ribeirinhos? Ribeirinhos são pessoas que vivem às margens dos rios, alimentando-se principalmente da PESCA artesanal, mas também da caça, extrativismo (recolhendo os ALIMENTOS que encontram na floresta), e da agricultura de subsistência. Suas casas de MADEIRA são construídas sobre palafitas, devido às constantes cheias dos rios e IGARAPÉS*.
Além do Amazonas, alguns dos principais rios da Amazônia são o Rio Negro, Rio SOLIMÕES, Rio Araguaia, Rio Nhamundá, Rio TAPAJÓS, Rio Tocantins, Rio Madeira, Rio Xingu.

*Igarapés são pequenos RIOS ou braços de rio, em geral estreitos e de pouca profundidade, aptos apenas para a navegação por CANOAS ou pequenos barcos.


Os mais ricos dentre os ricos

Um dos segmentos menos evangelizados do Brasil, o mais RICOS dentre os ricos, pode ser também um dos mais duros ‘campos missionários’. Isso a própria BÍBLIA deixa claro, ao falar da dificuldade maior de os ricos entrarem no Reino dos Céus (Mt 19:22-24). Como disse certo pregador: “”Nunca haverá muitos VERDADEIROS cristãos ricos, mas haverá alguns.” Pois muitos deles são pessoas ávidas pela verdade, mas vazias ou enganadas espiritualmente, e que muitas vezes, por incrível que possa parecer, nunca ouviram uma explicação satisfatória do EVANGELHO.
Pesquisas apontam a existência de mais de 165.000 MILIONÁRIOS no Brasil (considera-se milionário aquela pessoa que possui mais de um milhão de DÓLARES em ou para investimentos, não considerando-se o valor de sua habitação principal). Já o número de BILIONÁRIOS brasileiros chega a 65, Segundo a revista Forbes, e tende a mais que DOBRAR em 10 anos.
Ilhados em seus condomínios de LUXO e mansões, muitos escravizados pela MÁQUINA de fazer mais e mais dinheiro, sempre ocupados em seus NEGÓCIOS, ou então usufruindo em lazeres a vida que sua riqueza proporciona, eles estão ESPALHADOS por todo o pais, com concentração maior no Sudeste, principalmente nas cidades de São Paulo e RIO DE JANEIRO.
Ainda que a desigualdade econômica e social tenha diminuído nos últimos anos, em virtude da melhora na ECONOMIA e de programas sociais do Governo (como o Bolsa-Família), o Brasil segue como um dos CAMPEÕES mundiais em desigualdade, com poucas pessoas possuindo muito (recursos, terras etc.), e muitas possuindo tão pouco.


Os mais pobres dentre os pobres

Em economia, costuma-se falar em linha de pobreza e linha de pobreza extrema, também chamada indigência. Governos, entidades internacionais e ONGs não possuem um consenso sobre como efetuar essas medições, cada qual adotando padrões diversos. Segundo o GOVERNO brasileiro, vivem em pobreza extrema pessoas que recebem uma renda mensal per capita (por cabeça) de até 70 reais. No Brasil, em torno de 4% a 7% da população encontra-se nesta condição. Os programas sociais do Governo (como Bolsa-Família, Bolsa-Escola etc.), mesmo com os problemas que apresentam, têm contribuído significativamente para a diminuição da POBREZA extrema no Brasil.
Os cinco estados brasileiros onde é maior o índice de pobreza extrema são: MARANHÃO, Alagoas, Piauí, Pará e CEARÁ. O estado onde esse índice é menor é Santa Catarina.
Um subgrupo a ser considerado é o daqueles vitimados pelo trabalho ESCRAVO ou análogo à escravidão. Segundo dados do Índice de Escravidão Global, há no Brasil 200 mil PESSOAS nesta situação.
Mas, para além dessas estatísticas, há uma categoria de pessoas ‘invisíveis’ aos recenseadores: os moradores de rua, sobre os quais não há estimativas oficiais sobre sua quantidade. Números não oficiais dão conta de até 1,8 milhão de pessoas morando nas ruas, em situação de MENDICÂNCIA. Fatores como alcoolismo, uso de drogas, doenças psiquiátricas (além de problemas ESPIRITUAIS), problemas familiares ou simples falta de oportunidades, de perspectivas na vida, e de ajuda efetiva por parte de quem quer que seja (Estado, Sociedade, IGREJA), são as causas da dificuldade de reabilitação dessas pessoas. Muitos preferem não vê-los, ou acreditar que ‘para esses não há solução’. São geralmente os INALCANÇADOS mais próximos de nós. Estão sempre ao alcance de um abraço, de uma mão estendida.

LEIA A PARTE 1 DESTA POSTAGEM AQUI.

*Textos extraídos da Revista Passatempos Missionários #2, que editamos, e que você pode baixar e imprimir gratuitamente. Acesse CLICANDO AQUI.