Jesus “estava orando em particular, e com ele estavam os seus discípulos” (Lc 9.18). “Em particular” e seus discípulos “com ele”. Fisicamente eles estavam juntos, mas, na verdade, estavam separados. Ele tinha um segredo que os discípulos não partilhavam, e o segredo era a oração. Ele orou e ele era poder; eles não oravam e não tinham poder. Ele estava sempre são; eles estavam sempre doentes de si mesmos e dos outros. Jesus era magistral, passando de uma tarefa à outra; os discípulos se atrapalhavam com as tarefas mais simples. O menino endemoninhado tinha um quadro mais forte de possessão demoníaca do que os discípulos tinham de “possessão divina”, por isso eles não puderam resolver a situação (Mt 17; Mc 9. Eles não eram “possuídos” por Deus, porque não eram “possuídos” pela oração. Assim, pediram a Jesus que compartilhasse o seu segredo: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11.1). E ele lhes ensinou o Pai-Nosso, que seria melhor chamado “Oração dos Discípulos”. É a essência da oração correta.
A oração divide-se em duas partes: o lado de Deus e o lado do
homem: (1) “Pai nosso, o teu nome, o teu Reino, a tua vontade”; (2) “Dá-nos,
perdoa. não nos deixes cair, livra-nos” (Mt 6.9-13). A primeira parte é o
Realinhamento e a segunda, o Resultado. Na primeira parte, realinhamos a vida
ao nosso Deus, ao nome de Deus, ao reino de Deus, à vontade de Deus. Na segunda
parte, obtemos o resultado: Deus nos dá, nos perdoa, não nos deixa cair, nos
livra. Estas são as batidas alternadas do coração da oração:
Realinhamento/Resultado, Realinhamento/Resultado. E cada lado da batida
cardíaca é igual: quatro aspectos para o Realinhamento e quatro para o
Resultado. Em outras palavras, você obtém maior Resultado à medida que houver
maior Realinhamento. Quanto mais você realinhar seus propósitos aos propósitos
de Deus, mais resultados você obterá. A ênfase, então, deve ser dada ao
Realinhamento, e o Resultado será consequência por si só. Se você está sempre
olhando para os resultados, está tomando o lado errado das coisas. Olhe para os
meios, e os fins cuidarão de si mesmos. [...] Aprenda a primeira parte do
Pai-Nosso, e a segunda parte será consequência.
Stanley Jones, no devocionário O Caminho (Ed. Ultimato)
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