sexta-feira, 17 de julho de 2015

BÍBLIA: ARTE, BULA, RADIOGRAFIA



Leio a Bíblia como uma obra de arte. Arte, para mim, é uma obra que tem dois autores: o primeiro, que a produziu, e o segundo, que fica diante dela, seja um poema, um conto, uma pintura, uma canção, uma escultura. É sempre obra aberta, que posso interpretar. 
Posso ser livre, completamente livre em minha interpretação, ou posso chamar o Espírito Santo para me conduzir a uma leitura que não só me dê uma compreensão mais profunda do texto, mas, sobretudo, inspire-me a viver segundo a orientação que transborda do texto. Uma boa hermenêutica (arte de ler e interpretar a Bíblia), portanto, é sempre pneumatizada (soprada pelo Espírito Santo). Não sou anulado, quando a leio assim: sou bem orientado.
Abro Gênesis e leio a magnífica história de Isaque subindo a colina para um sacrifício que não houve. Qual é a moral da história? Não está no texto, nem no inexistente rodapé. A moral da história é a que eu der. Só Deus mesmo podia inspirar um livro assim.

Leio a Bíblia como uma bula de remédio, com letras gigantes. A Bíblia é um conjunto de cápsulas para a vida. A bula não fala das cápsulas, que não têm contra-indicações; a bula fala do que devemos fazer com as cápsulas. Devemos tomá-las porque vieram de Deus para nós. Devemos tomá-las com regularidade, para que o efeito possa se prolongar. Devemos tomá-las sabendo que vão provocar reações adversas no nosso corpo e no corpo de nossa sociedade. Devemos tomá-las certos que algumas são amargas.
Posso ser negligente e não tomar o remédio e aí preciso saber que continuarei enfermo. Uma Bíblia na caixa, sem ser aberta, é como uma caixa de remédios na gaveta. O remédio perde a validade e vai para o lixo. A validade das verdades bíblicas perde seu efeito e nos deixa sem proteção diante dos ataques das baterias internas e externas do mal.

Leio a Bíblia como uma radiografia de mim mesmo. Sei que há textos na Bíblia cheios de sangue e crueldade. Alguns mal-intencionados chegam a condená-la. Um desses, grande escritor, disse também que a humanidade não merece a vida. Em que lugar aprendemos melhor isto, senão na Bíblia? Por que essa hipocrisia: seria melhor um texto róseo, onde as coisas tivessem bem? Não: prefiro um texto que mostre quem sou, capaz de fazer o que herói e anti-heróis da Bíblia fizeram. Prefiro um texto que não ignora quem sou eu, mas me mostra quem posso ser (um homem em sintonia com Deus, comigo mesmo e com o próximo). Prefiro um livro que fala do meu presente (cheio de sonhos, para mim e para os outros). Prefiro um livro que fala do futuro (uma eternidade plena de vida plena) que posso ter.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO

sábado, 11 de julho de 2015

E-book: COMO QUEM IA PARA LONGE, contos de inspiração bíblica


      Este Como quem ia para longe é um livro sobre a Bíblia. Ou, fundamentalmente, sobre seus atores. Sob a pena do poeta, aqui as personagens bíblicas saltam para diante do leitor, vívidas – ganham em tessitura, têm como que expandida sua humanidade. A força da descrição faz a elas irmanarmo-nos de imediato. Caminhamos curiosos junto aos três que avançam para Emaús, no conto que dá nome ao livro. Em O poeta do Salmo exilado, onde o autor revisita um tema caro à sua literatura, o Salmo 137, sentamo-nos ao lado do exilado poeta-ancião que cisma, e suas dores, a existencial e a criativa, são nossas dores. Somos ora o irmão do pródigo filho, ora o cego Bartimeu - ou Pedro debatendo-se em suas contradições; revisitamos o angustioso Judas, de quem o autor, como Giovanni Papini em seu clássico Testemunhas da Paixão, decompõe os passos sombrios.

      Ao longo dos dezenove contos que compõem o livro, o dito e o não dito interpenetram-se, como é de praxe na grande literatura. A eficácia da expressão concisa, do hábil buril que extrai o máximo da palavra, e que o poeta alcança em sua produção poética, temos aqui fidedignamente reproduzida em prosa: contos curtos, que sustentam com segurança e maestria a tensão narrativa, envolvendo o leitor em seu jogo de construção/desconstrução das personagens bíblicas.

      Um pequeno volume de formidável literatura, tão superior a muito do que se vê hoje sendo comercializado nas livrarias, e aqui graciosamente ofertado pelo autor, neste e-book gratuito. Livro que já nasce imprescindível, dentro da infelizmente paupérrima seara da ficção evangélica, em seu gênero conto.

      Por tudo isso, lhe faço o convite, amigo leitor: Sente-se confortável. Apanhe um café ou uma outra bebida de sua predileção. E mergulhe neste conciso e aprazível exercício de arte narrativa.

Sammis Reachers

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