domingo, 30 de janeiro de 2011

A Era do Cristianismo Globalizado




A África, América Latina e as Ilhas do Pacífico já não são as mesmas.
Willian Carey disse que para conhecer a vontade de Deus, precisamos de uma Bíblia aberta e um mapa aberto. Ao seguirmos as recomendações desse grande missionário, olhando além das nossas fronteiras, vemos que os últimos cem anos marcaram uma difusão das Boas Novas jamais vista na História.
O Cristianismo, que durante séculos foi retratado como ocidental, massificado no hemisfério norte, teve seu ponto de gravidade deslocado para o hemisfério sul e oriente nesta década. Tal mudança considera não somente o número de aderentes, mas o de instituições e de liderança.
O histórico Congresso Edimburgo 2010, realizado em junho na capital escocesa, é uma amostra dessa transição. Se na primeira edição em 1910, as delegações eram expressivamente compostas de missionários norte-americanos e britânicos, nesta houve uma miscigenação, com a participação e “voz” de líderes de todos os continentes.
Em pauta estava o quadro atual de missões mundiais e o lançamento do Atlas do Cristianismo Global, organizado pelos pesquisadores norte-americados Todd Johnson e Kenneth Ross.
Imagine que eles analisaram os principais movimentos cristãos entre 1910 e 2010, seja em oferta de evangelismo, tradução de Bíblias, presença missionária e cristã, perseguição, produção de programas em rádio e TV, implantação de igrejas, contato entre cristãos e não cristãos e outros.
Usaremos algumas das constatações do Atlas a fim de entender a configuração global do cristianismo,
Em 1910, 90% de todos os cristãos mundiais moravam na Europa e América do Norte. Contudo, foi a partir desse período que a difusão começou a ganhar força e atualmente, a maioria cristã concentra-se na África, Ásia e América Latina.
Na África, por exemplo, estima-se 9,4% de toda a sua população confessavam a Cristo como Salvador em 1910. Hoje são 47,9% .
Uma dos crescimentos mais fenomenais deu-se na parte central, onde em cem anos a porcentagem cresceu de 1,1% para 81,7%. Não estamos falando aqui somente de números, mas da chegada da mensagem de esperança e da única justiça que pode causar transformação para nações.
Mais distante, nas Ilhas do Pacífico, as Boas Novas estão sendo recebidas de forma surpreendente. Enquanto 15,4% da população se denominava cristã em 1910, em 2010 são 91,4%.
Mediante essa transição, começamos a perceber paralelamente que antigas áreas receptoras de missionários em 1900, atualmente se transformaram em importantes centros de envio de obreiros para às nações.
Logo, será que já podemos celebrar que o evangelho do Reino foi pregado em todos os povos? Podemos comemorar que Reino está vindo, sim. Contudo, os desafios missiológicos atuais nos revelam um quadro repleto de desafios, que se analisados à luz da Palavra, nos convocam a uma reflexão e resposta imediata.
Por exemplo, saber que 86% dos budistas, hindus e muçulmanos em nossa era nunca conheceram em vida um cristão, por si só já nos questiona como estamos encarnando o evangelho.

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