sexta-feira, 15 de março de 2024

21 citações de Soren Kierkegaard sobre a FÉ

 


1.               A fé é a mais elevada paixão de todos os homens.

 

2.               A fé é a paixão pelo possível e a esperança é a companheira inseparável da fé.

 

3.               Fé significa precisamente a inquietude profunda, forte, bem-aventurada, que impulsiona o crente, para que ele não possa aquietar-se neste mundo, de modo que se ele se aquietou completamente também cessou de ser um crente; pois um crente não pode assentar-se calmamente, tal como a gente se assenta com o cajado na mão, um crente caminha adiante.

 

4.               A fé enxerga melhor no escuro.

 

5.               A fé é um absurdo. Seu objeto é extremamente improvável, irracional e para além do alcance de qualquer argumento… Suponhamos que alguém decida que quer adquirir fé. Acompanhemos essa comédia. Ele quer ter fé, mas ao mesmo tempo também quer ter a certeza de que está dando o passo certo – então empreende um exame objetivo da probabilidade de estar certo. E o que acontece? Por meio desse exame objetivo da probabilidade, o absurdo torna-se algo diferente: torna-se provável, cada vez mais provável, extremamente provável, absolutamente provável. Agora essa pessoa está pronta para acreditar e diz a si mesma que não acredita da mesma maneira que os homens comuns, como sapateiros ou alfaiates, mas apenas depois de ter pensado toda a questão de forma adequada e compreendido sua probabilidade. Agora está pronta para acreditar. Mas vejam, nesse exato momento torna-se impossível para ela acreditar. Algo que é quase provável, possível ou extrema e absolutamente provável é algo que a pessoa pode quase conhecer, praticamente conhecer ou bem aproximadamente conhecer – mas é impossível crer. Pois o absurdo é objeto de fé e o único objeto que pode ser crível.

 

6.               A fé não resulta da investigação científica; não tem de todo uma origem direta. Pelo contrário, nesta objetividade há a tendência para perder o interesse pessoal infinito pela paixão que é a condição da fé, o ubique et musquam [lat.: por toda parte e em nenhum lugar] no qual a fé pode brotar.

 

7.               A incerteza objetiva, sustentada na apropriação da mais apaixonada interioridade é a verdade, a mais alta verdade que há para um existente. Lá onde o caminho se desvia (e onde é esse ponto não se pode estabelecer objetivamente, pois ele é, precisamente, a subjetividade), o saber objetivo é suspenso. Objetivamente ele tem, então, apenas incerteza, mas é exatamente isso que tensiona a infinita paixão da interioridade, e a verdade é justamente a ousada aventura de escolher, com a paixão da infinitude, o que é objetivamente incerto. Observo a natureza a fim de encontrar Deus e, de fato, vejo onipotência e sabedoria, mas vejo também muita outra coisa que preocupa e perturba. A summa summarum [lat.: soma total] disso é a incerteza objetiva, mas precisamente por isso a interioridade é tão grande, porque a interioridade abrange a incerteza objetiva com toda paixão da infinitude.

 

8.               Sem risco não há fé. Fé é justamente a contradição entre paixão infinita da interioridade e a incerteza objetiva. Se eu posso apreender objetivamente Deus, então eu não creio; mas, justamente porque eu não posso fazê-lo, por isso tenho de crer; e se quero manter-me na fé, tenho de constantemente cuidar de preservar na incerteza objetiva, de modo que, na incerteza objetiva, eu estou sobre “70.000 braças de água”, e contudo creio.

 

9.               Com efeito, a fé tem duas tarefas: vigiar e descobrir a cada momento a improbabilidade, o paradoxo, para então, com a paixão da interioridade, permanecer firme. […] Onde o entendimento desespera, lá a fé já está presente, a fim de tornar o desespero bem decisivo, para que o movimento da fé não se torne uma transação dentro da esfera de negociações do entendimento.

 

10.          O cristianismo ensina que tudo o que é essencialmente cristão depende somente da fé; quer, portanto, ser precisamente uma ignorância socrática e com temor de Deus que por meio da ignorância guarda a fé contra a especulação, vigiando para que o abismo da diferença qualitativa entre Deus e o homem possa ser mantido como é no paradoxo e na fé, a fim de que Deus e o homem, ainda mais terrivelmente do que nunca no paganismo, não se transformem de algum modo, philosphicepoetice [filosoficamente, poeticamente], numa unidade — no sistema.

 

11.          Tenho que confessar que jamais encontrei, no curso de minhas observações, um só exemplar autêntico do cavaleiro da fé, sem com isso negar que talvez um homem em cada dois o seja...

 

12.          Não é permitido a ninguém fazer acreditar aos outros que a fé tem pouca importância ou que é coisa fácil, quando é, pelo contrário, a maior e a mais penosa de todas as coisas.

 

13.          O verdadeiro cavaleiro da fé é uma testemunha, nunca um mestre.

 

14.          Enquanto que até agora a fé teve na incerteza um pedagogo proveitoso, ela deveria ter seu maior inimigo na certeza. De fato, se se exclui a paixão, a fé deixa de existir, e certeza e paixão não se atrelam juntas.

 

15.          Para quem serve a demonstração? A fé não precisa dela, pode até mesmo considerá-la sua inimiga. Ao contrário, quando a fé começa a se envergonhar de si mesma; quando, como uma amante que não se contenta com amar, mas que no fundo se envergonha de seu amado e por isso precisa provar que ele é algo de notável; portanto, quando a fé começa a perder a paixão; portanto, quando a fé começa a deixar de ser fé, aí a demonstração se torna necessária para que se possa desfrutar da consideração burguesa da descrença.

 

16.          Pobre, incompreendida, maior de todas as paixões: fé.


17.  O engenhoso pagão disse: Dá-me um ponto lá fora e eu moverei a terra; o nobre disse: Dá-me um grande pensamento; oh, a primeira coisa não se deixa fazer, e a segunda não adianta o bastante. Só há uma única coisa que pode ajudar, mas esta não pode ser dada por um outro alguém: crê, e transportarás montanhas!


18.               Não existe a obediência fora do sofrimento, a fé não existe fora da obediência, a eternidade não existe fora da fé. No sofrimento a obediência é obediência, na obediência a fé é fé, na fé a eternidade é eternidade.


19.               As tarefas, tanto da fé quanto da esperança, e do amor e da paciência e da humildade e da obediência, em suma, todas as tarefas humanas repousam sobre a certeza eterna, na qual têm paradeiro e aprovação, de que Deus é amor.


20.               Fé e dúvida não são dois tipos de conhecimento: são paixões opostas.


21.               O engenhoso pagão disse: Dá-me um ponto lá fora e eu moverei a terra; o nobre disse: Dá-me um grande pensamento; oh, a primeira coisa não se deixa fazer, e a segunda não adianta o bastante. Só há uma única coisa que pode ajudar, mas esta não pode ser dada por um outro alguém: crê, e transportarás montanhas!


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