quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Entrevista com Paulo Feniman, da MIAF




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"É preciso entender que pelos padrões bíblicos as agências missionárias não enviam missionários e sim a Igreja Local, o chamado para o cumprimento da missao é da Igreja acima de qualquer coisa."

Paulo Feniman é formado em Teologia pela FTSA – Faculdade Teológica Sul Americana e em Computação Gráfica pela UNOPAR – Universidade Norte do Paraná. Preletor em conferências e congressos missionários no Brasil e América do Sul. Atualmente é Diretor Executivo da MIAF – Missão para o Interior da África, onde coordena o treinamento e envio de missionários entre povos africanos. É coordenador de Alianças Estratégicas da AMTB – Associação de Missões Transculturais Brasileira, membro da IPA  International Partners Association e membro do Conselho Internacional da AIM – Africa Inland Mission. É casado com Patrícia e pai do pequeno Felipe de 7 anos e de Gabriela de 3 mês.

ENTREVISTA

Bom Líder - O que de fato motivou a recém criação do Departamento de Alianças Estratégicas na AMTB?

Paulo Feniman - Na verdade o modelo de alianças é algo bem presente em países da América Latina, mas no Brasil nunca deslanchou. Percebemos no ano de 2009 que as agências e organizações missionárias pouco falavam ou trabalhavam em alianças para alcançar os mesmos objetivos. Então depois de um treinamento na Costa Rica trouxemos a idéia para o Brasil e estamos num processo de implantação. E é claro que não podemos nos esquecer que acima de tudo a idéia de unidade é algo Bíblico. Jesus por duas vezes ora por unidade, a primeira vez pelo seus discípulos (João 17.11) e logo em seguida ele ora pela Igreja (João 17.20 e 21).

Bom Líder - Como vai atuar o Departamento de Alianças Estratégicas da AMTB?

Paulo Feniman - A idéia é trabalhar com o principio básico da parceria, buscar organizações que tenham algo que possam ajudar outros e vice-versa. Para criarmos este link entre organizações e igrejas será necessário: pesquisas sobre o movimento missionário brasileiro, que inclusive já está em andamento através do sitewww.aliancasestrategicas.com.br , assim como, treinamento de líderes sobre como construir alianças duradouras. Pensamos que com o tempo poderemos ver a Igreja Brasileira crescendo na visão de parcerias.

Bom Líder - Você acredita que para a evangelização mundial ser mais frutífera é importante que as agências missionárias estejam aliançadas estrategicamente?

Paulo Feniman - Não tenho dúvidas disso, o que nós vemos nos nossos dias são igrejas e agências missionárias muitas vezes disputando entre si ao invés de trabalharem juntas. Não é difícil ver organizações decidirem ir para um lugar ou outro não pela ausência do evangelho, mas sim pela ausência de sua bandeira organizacional ou denominacional.

Bom Líder - O Apóstolo Paulo escreveu aos Romanos sobre o seu esforço em pregar o evangelho onde Cristo ainda não tinha sido anunciado, pois, não queria correr o risco de edificar sobre fundamento alheio. Esse é o mesmo proceder das agências missionárias brasileiras?

Paulo Feniman - Como disse antes, infelizmente não. Mas quando falo de parceria ou de sua ausência, não estou falando necessariamente da questão de trabalho duplicado, falo da falta de intencionalidade de criar projetos de trabalho em conjunto para que o evangelho seja pregado em lugares menos alcançados e também da necessidade de igrejas de denominações diferentes se juntarem para atender um bairro ou lugar carente de uma cidade ou região. Utopia? Eu creio que não, eu creio que a oração de Jesus no Evangelho de João era exatamente sobre isso.

Bom Líder - Você acredita que o missionário brasileiro está melhor preparado para atuar tanto no Brasil como no exterior?

Paulo Feniman - Eu creio que sim, o Brasil cresceu muito no treinamento e no desenvolvimento de estratégias missionárias. Com isso nossos missionários trabalhando em campos transculturais estão muito mais preparados. O maior exemplo disso é um número cada vez menor de retorno prematuro do campo.
Claro que existem agências e agências, isso quer dizer que ainda existem organizações que enviam seus missionários para o campo sem nenhum cuidado pastoral, estratégia ministerial, sustento adequado, seguro internacional de saúde e outros fatores que podem garantir um excelente ministério com durabilidade e eficácia.

Bom Líder - Como é a relação no Brasil entre a Agência Missionária e a Igreja Local?

Paulo Feniman - Nós temos um movimento de modelos de igrejas no Brasil que muitas vezes desconsidera a tarefa missionária da igreja local, mas por outro lado há igrejas que já tem uma história missionária de muitos anos e outras que estão dispostas a aprender e iniciar um processo de resposta em relação a grande comissão, desta forma, o que eu tenho visto são igrejas começando uma caminhada ao lado de agências para enviar seus missionários.
É preciso entender que pelos padrões bíblicos as agências e/ou organizações missionárias não enviam missionários e sim a Igreja Local, o chamado para o cumprimento da missao é da Igreja acima de qualquer coisa. As agências surgiram ao longo dos tempos para responder necessidades específicas, isso quer dizer que as agências são um braço de apoio para a igreja local.

Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site http://www.bomlider.com.br/ e comunicada sua utilização através do e-mail ivancordeiro@bomlider.com.br

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