ARMAS, SIM OU NÃO?
No dia 23 de junho de 2011 um jovem atirou com uma espingarda de pressão, da sacada do seu apartamento, no 14º. andar, contra três meninas que brincavam num chafariz em Santo André, SP. Ao perceber as meninas feridas, o pai de uma delas ainda viu o jovem saindo de onde ele tinha atirado, e chamou a polícia. Ao prendê-lo, a polícia encontrou em seu poder a arma utilizada e mais um revólver com a numeração raspada, várias armas de brinquedo e 15 outras armas não de fogo.
Pode um cidadão comum possuir uma arma? Esta é uma importante questão social, que afeta diretamente a nossa vida, por isso, como cristãos, precisamos assumir uma posição. E nem é tão difícil, pois a este respeito há pelo menos três ensinos claros de Jesus.
O primeiro deles está em Mateus 5:9: “Bem aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus”. Esta sétima bem-aventurança estabelece uma relação de interdependência entre duas qualificações: a de pacificador e a de filho de Deus. Ser pacificador é ser filho de Deus, e vice-versa. É evidente que não é pacificador aquele que, não sendo um representante da lei, carrega ou possui uma arma. Sua clara intenção é, no mínimo, revidar qualquer agressão ou ameaça, quando não ele próprio cometê-la.
O segundo ensino de Jesus sobre esta questão está em Mateus 5:38,39: “Ouviste o que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra”. Trata-se do princípio da não-violência, praticado por Ghandi na sua luta vitoriosa pela independência da Índia, e pelo pastor batista Martin Luther King, na sua luta, também vitoriosa, pelos direitos dos negros na América do Norte. O princípio de Jesus é o da não-violência “porque a ira do homem não produz a justiça de Deus” (Tiago 1:20).
O terceiro ensino de Jesus está em Mateus 26:52: “Todos os que lançam mão da espada, à espada perecerão”. Se prestarmos atenção ao texto em torno dessa afirmação, veremos que Jesus estava dizendo que vencedor é aquele morre por tentar dar a vida, e não aquele que morre por tentar tirar a vida. O apóstolo Paulo disse que “a autoridade traz a espada” por ser “ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal” (Romanos 13:4). Portanto, somente a autoridade pode usar armas, e com o fim exclusivo de defender a sociedade contra os malfeitores.
Por esses e por outros ensinos da Palavra de Deus, é que a nossa posição é pela proibição de posse de armas aos cidadãos comuns.
Pr. Sylvio Macri
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