sábado, 31 de março de 2012

Confissão de Pecados: combata o pecado que te mata



“Sonda-me, ó Deus, vê o meu coração! Prova-me a mim e aos meus pensamentos! Vê se ando por maus caminhos e conduz-me à senda da eternidade!” Salmos 139.23,24

Dr. H. Bürki

O homem deita um olhar ao seu coração – do qual Deus está ausente – mas esse olhar só provoca um arrependimento superficial, resultante do amor-próprio ferido e de vãos esforços incapazes de levar à regeneração. Só um olhar de fé – lançado sobre o Filho de Deus crucificado por nossos pecados – nos leva a reconhecer o nosso pecado e nos conduz ao arrependimento. Porque é só a Sua ensanguentada cruz que nos leva a tomar consciência da santidade e do amor de Deus.
As acusações do diabo só nos dão um vago senso de derrota, de impureza, de confusão e de acabrunhamento. O Espírito Santo, pelo contrário, conduz-nos de modo perfeitamente claro a reconhecer o pecado – e age em nós regenerando-nos.
Como fazer bom uso da confissão? Calando-nos perante Deus, lendo atentamente a Bíblia Sagrada, sublinhando primeiro o que nos toca de mais perto, e, relendo essas passagens – em espírito de oração – tentar descobrir onde, quando e como o pecado se tem manifestado em nossa vida. Tomaremos assim consciência da obstinação das nossas tendências, dos nossos atos repreensíveis e da nossa mentalidade de pecadores. Então, antes de mais nada, deveremos confessar claramente a Deus os nossos pecados – e deveremos igualmente estar prontos a confessá-los perante algum crente espiritual que possa auxiliar-nos com a sua experiência. Fazendo assim, abrimos caminho à alegre convicção de que nossos pecados nos são perdoados pelo Senhor Jesus.  Tal exame de consciência, seguido da purificação, está sempre indicado quando o pecado se apossa de nós ou quando a vida espiritual enfraquece.

Analisemos alguns pecados que muitas vezes nos dominam sem que nos demos perfeita conta:

O ORGULHO manifesta-se quando se liga ao êxito, à situação social, às aparências, às aptidões inatas e às honrarias. Provém do desejo secreto de ser considerado, de reinar ou dominar, de chamar a atenção dos outros para si na conversação.

VONTADE PRÓPRIA: espírito insubmisso, querendo constantemente discutir e levantar objeções; maneira dura e sarcástica de se exprimir – tomada de posição limitada – avisos dominadores e tirânicos – ser antes de tudo sensível às lisonjas; pedantismo; movimentos de cólera ou de impaciência; viva susceptibilidade; espírito de vingança por qualquer censura ou contradição.

IMPUREZA: gosto pronunciado pelos prazeres sexuais; intimidade e tendências deslocadas para com pessoas do outro sexo; imaginação, pensamentos e atos impuros; imaginação suja; olhares cobiçosos; incapacidade de resistir às tentações quando se apresentam ocasiões favoráveis.

DESONESTIDADE: falsificar, torcer ou esconder a verdade; dissimular os seus próprios defeitos; procurar deixar de si uma impressão pouco conforme com a verdade; exagerar; falsa modéstia; hipocrisia; falsidade de motivações.

MEDO: temor físico ou carnal perante os outros; recuo tímido perante as censuras e os deveres; perante a cruz; temor de sofrer; medo paralisador perante as pessoas bem situadas; tendência para fugir dos compromissos; falsa reserva.

CIÚME OU INVEJA: inveja oculta; sentimentos desagradáveis à vista da prosperidade e dos êxitos de outrem; tendência para sublinhar os defeitos e não as boas qualidades dos outros; mentalidade sectária; coração fechado para com aqueles que não pertencem ao pequeno círculo dos íntimos; frieza e falta de amabilidade para com os que não partilham nossa opinião; mentalidade dos que – julgando tudo saberem – recusam o diálogo.

AMBIÇÃO: largueza de espírito quando se trata de realizar os nossos próprios desejos; estreiteza, quando isso diz respeito aos outros; retenção dos donativos que sente devia dar regularmente para a obra da evangelização; roubar o tempo, os bens e a honra de outrem.

INCREDULIDADE: desânimo em épocas de trabalho intenso ou em períodos de oposição; falta de paz interior, do descanso da fé e de confiança em Deus; tendência para a angústia e para as murmurações em tempos de aflição, de pobreza; dúvida, desconfiança e reticências perante o caminho de Deus e as vias da Sua palavra – a Bíblia Sagrada.

FROUXIDÃO ESPIRITUAL: indiferença, falta de vigor espiritual quanto à fé; egoísmo, complacência para consigo próprio; amor ao conforto;  falta de solidariedade; falta de amor e de cuidado pela salvação da humanidade; fé destituída de alegria; tagarelices estéreis e serviço infrutífero. É na obediência e na purificação diárias, na comunhão de cada dia com o Senhor Jesus, que se encontra o segredo da pureza do coração, da força espiritual e da vitória triunfante sobre o pecado.

“Se andarmos na luz, como Ele na luz está – estamos mutuamente em comunhão e o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado.” 1João 1.7
“Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos purificar de toda a iniquidade.” 1João 1.9
“Confessai-vos uns aos outros, a fim de que sejais curados.” Tiago 5.16

Dr. H. Bürki

Transcrito de um folheto da Difusão de Tratados Cristãos (Suíça).

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