terça-feira, 7 de outubro de 2008

Entrevista com Asaph Borba


"Deus pode até ouvir música, mas a ênfase de Deus não é a música, é o coração"

Por: Zazá Gomes

Quem participou do 34º Encontro Sepal teve o privilégio de louvar com Asaph Borba, músico evangélico, que por 30 anos exerce um ministério de louvor consistente. Autor de canções como: Jesus em Tua Presença, Minh’alma Engrandece ao Senhor, Deus É Fiel, Superabundante Graça, entre outros Asaph é um bom exemplo de servo.

Conheceu Jesus na década de 70 e em 1978 gravou o seu primeiro LP com o título Celebremos com Júbilo, juntamente com Don Stol, seu parceiro até hoje.

Membro da Comunidade Cristã em Porto Alegre, casado com Lígia Rosana e pai de Aurora e André, Asaph tem trabalhos gravados em Cuba, Colômbia, Argentina, Portugal, EUA, Jordânia, Iraque, Sudão, Israel e Alemanha.

Conheça um pouco mais deste ministro que acredita que um adorador tem que gerar adoradores.

Sepal: No que este Encontro se destaca dos outros?

ASAPH: É a terceira vez que participo de um Encontro da Sepal. Esse foi especial, fui muito edificado com a palavra do pastor africano, Ngwiza Mnkandla, seus ensinos são práticos. Tivemos um espaço novo para louvar. O ambiente espiritual desse Encontro demonstrou crescimento.

Sepal: Pode destacar um momento especial?

ASAPH: A vigília de adoração e oração que tivemos na noite de quarta-feira foi uma inovação. Foi muito gostoso estarmos juntos por cerca de uma hora e meia de pura adoração. Gostei muito também dos seminários que pude participar.

Sepal: O que você diz ao pastor que participa de um encontro como esse?

ASAPH: No Salmo 133 diz onde há comunhão, ali o Senhor ordena bênção e vida. Gosto não só da bênção, gosto do complemento: e a vida. Quando há irmãos unidos num só coração ali existe vida. Vi isto no Encontro Sepal, existe vida de Deus. A gente ficava horas em comunhão. Demorava uma hora e meia para chegar ao refeitório, depois mais uma hora e meia pra sair. Só conversando com os irmãos ..... Isso é vida.

Sepal: Sua simplicidade é algo que chama a atenção. Foi sempre assim?

ASAPH: Não. Isso é fruto de muito trabalho. Fui orientado por meus pais espirituais os pastores Erasmo Ungaretti e Moyses Moraes, não para ser cantor, nem ministro de louvor. Fui criado para ser um homem semelhante a Jesus. Isso é o que eu ensino pro meus filhos, e para os irmãos que caminham comigo: sejam semelhantes a Jesus esse é o propósito de Deus. É o que está em Romanos 8.29: Jesus é o primogênito entre muitos irmãos. Então nós devemos nos parecer com Ele. Jesus era assim, um homem simples. Andava no meio do povo. Curando pessoas simples. Em 2 Coríntios 11.3 diz que uma das estratégias do Diabo é roubar a simplicidade dos que são de Cristo. Uma pessoa que pertence verdadeiramente a Jesus, tem que ser simples. Tenho convivido com homens de Deus desse mundo inteiro e as pessoas que verdadeiramente se parecem com Jesus tem essa marca: a simplicidade, a acessibilidade. É pessoa no meio do povo. Não pessoa que chega tarde pra sair cedo, que quer os primeiros lugares, não! É gente no meio da igreja.

Sepal: O que você diz pra pessoa que tem dificuldade nesta área?

ASAPH: Jesus dá a dica. É sendo manso e humilde de coração. Sendo humildade de coração, ninguém fará de você um ídolo. Nunca fizeram de mim um ídolo. A idolatria nasce no coração do ídolo. Não é no coração das pessoas. Se você se colocar como um ídolo, terá alguém para idolatrá-lo. Se você se colocar como uma pessoa humilde diante de Deus, ninguém via te idolatrar. Tudo acontece dentro do seu próprio coração. Seja humilde. Mais famoso que Jesus, que tocava e curava e as pessoas estavam sempre ao seu redor. Ele estava sempre com as pessoas, entrando na casa dos outros, mas na simplicidade. Ele não se considerava um expoente. Se tivesse máquina fotográfica, acho que Jesus tiraria foto com todo mundo, se tivesse evangelho pra assinar, acho que Jesus assinaria todos eles. Assim como Ele faz até hoje todos os evangelhos são assinados por Jesus.

Sepal: Suas músicas são basicamente a Palavra. Como acontece o processo de composição?

ASAPH: Eu comecei cantando a Palavra de Deus. Durante os 10 primeiros anos, só cantava a Palavra. Depois comecei a fazer minhas próprias letras. Biblicamente correto, mas era minha própria palavra. Agora é bom retornar a cantar unicamente a Palavra de Deus. E a Palavra está sendo uma nova unção no meu ministério.

Sepal: Você falou das viagens que Deus tem permito fazer. O que sente quando está entre os irmãos de outros países? O que passa no seu coração?

ASAPH: É a continuidade do ministério que Deus tem me dado. Eu não vejo diferença em estar no exterior ou estar no interior do Brasil com os meus irmãos. Pra mim a igreja é uma só. Eu vejo o povo de Deus como uma única família, como Corpo de Cristo e eu sou uma célula. Uma simples célula que um dia está na unha, outro dia está no cabelo. Sou uma célula viva que leva a Palavra. Vejo meu ministério dentro do Corpo de Cristo.

Sepal: Como você vê a música evangélica hoje?

ASAPH: A música é uma ferramenta, não é um fim em si. A música é um fruto. Quando a música é fruto de uma vida de adoração é bênção, se não é um instrumento artístico, como outro qualquer. Deus pode até ouvir música, mas a ênfase de Deus não é música, a ênfase de Deus é o coração.

Sepal: O que você tem a dizer para um músico que está começando?

ASAPH: Tenha um coração para servir. Longevidade no ministério é ter um coração pra Deus, isso é o que todo músico deve ter em mente. Ele está ali não pra ser servido, mas para servir.

FONTE: SEPAL - http://www.lideranca.org/

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