quinta-feira, 13 de novembro de 2008

AS FESTAS DO SENHOR

Por Gilson Barbosa

Quem não gosta de festa? As festas nos proporcionam momentos felizes de comemoração. Mas comemoração de quê? No Ocidente, não há uma preocupação com o caráter e a natureza inerentes às festas e, quase sempre, elas se tornam um fim em si mesmas. É a festa pela festa. Contudo, isso não se dá com a cultura oriental, em que as festas assumem um significado histórico em momentos que oscilam entre a alegria e a tristeza.

Neste artigo referenciaremos as festas observadas na cultura judaica bíblica. Entender a natureza dessas festas é salutar aos cristãos hodiernos para que conheçam melhor alguns fatos bíblicos.

“As festas judaicas tinham diversos propósitos. Algumas, não passavam de mais uma espécie de culto ou adoração a Deus. Nessas ocasiões, o povo, arrependido de seus pecados, buscava o perdão e a bênção de Deus. Era o momento de purificar a alma e de marcar um novo começo. Outras festas eram, também, ocasiões de adoração, mas se manifestavam em alegres ações de graças. Sempre que as colheitas eram abundantes e os rebanhos se multiplicavam bem, o povo expressava grande aptidão a Deus, e faziam isso dançando pelas ruas. Cantavam e tocavam instrumentos musicais em louvor ao Deus que tanto os abençoara. Em algumas festas, havia instantes de oração e meditação. Contudo, sua forma de adoração mais comum era o regozijo, com muita música, alegria e banquetes”.

As festas

As festas imprescindíveis à nossa análise são: Festa da Páscoa (Pessach), Festa do Pentecostes (Shavuot, ou Festa das Semanas), Festa das Trombetas (Rosh Hashaná), Festa da Expiação (Iom Kipur) e Festa dos Tabernáculos (Sucót, ou Festa das Cabanas). Além dessas festas, consideradas grandes, há outras festas “menores”, como, por exemplo, as comemorações Chanucá e Purim, que surgiram depois de lei. E por falar nisso, todas as festas do Senhor foram instituídas sob a lei dada por Moisés e possuem caráter comemorativo, pois retratam a maneira como Deus lidava como o povo de Israel durante sua jornada pelo deserto e o comportamento que os israelitas deveriam ter para com o Eterno, entre outros fatores que são conseqüências históricas importantíssimas para a nação judaica.

Iniciaremos a nossa análise sobre as festas judaicas com a Páscoa que, sem dúvida, é uma festa de extrema importância e com grandes significados. Na cultura israelense, há três grandes festas conhecidas como as “Festas da Peregrinação”. “Quando o templo ainda estava de pé, os judeus faziam uma peregrinação a Jerusalém para entregar suas ofertas durante três festas: Pessach, Shavuot e Sucot. Os que viviam fora de Israel, tinham de vender parte de sua colheita e enviar o dinheiro para comprar oferendas e ajudar a cuidar do templo e dos sacerdotes. Pessach, a páscoa judaica, é a festa que celebra o êxodo do Egito [...] Agora que não há mais o templo, os judeus celebram essas festas em casa e na Sinagoga”.

Os cristãos, em geral, não comemoram literalmente essas festas — pelo menos não nos moldes judaicos —, mas reconhecem e respeitam a cultura judaica, que, de certa forma, é um legado bíblico. Também não ignoram que as festas judaicas, em grande parte, têm em Jesus Cristo o seu antítipo.

Etimologia

O Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento nos informa que “o vocábulo ‘páscoa’ deriva de pesah, que significa, segundo alguns estudiosos, ‘passar’ (por cima/por alto)”. A anuência a este dicionário, para a etimologia sugerida, pode ser confirmada pelo Novo Dicionário da Bíblia, que completa: “Páscoa, em hebraico, pesah, vem de um verbo que significa ‘passar por cima’, no sentido de ‘poupar’”. Estas explicações podem ser verificadas nas Escrituras Sagradas, mais precisamente no livro de Êxodo (12.12,13).

A data da comemoração

A celebração da Páscoa acontecia na tarde do 14º dia do mês de Nisan (março/abril no nosso calendário) e, simultaneamente, era conjugada com a Festa dos Pães Asmos, como bem descreve Levítico: “No mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a páscoa do Senhor. E aos quinze dias deste mês é a festa dos pães ázimos do Senhor; sete dias comereis pães ázimos” (23.5,6). As duas festas eram comemoradas juntas, como bem mostra um texto do Novo Testamento que comenta o planejamento para a prisão de Jesus: “E dali a dois dias era a páscoa, e a festa dos pães ázimos; e os principais dos sacerdotes e os escribas buscavam como o prenderiam [Jesus], com dolo, e o matariam” (Mc 14.1).

Raízes históricas

A renitência de Faraó em não libertar o povo hebreu lhe custou caro por via da décima e última praga (Êx 11.4,5). Contudo, como o Senhor é justo, prescreveu aos judeus qual atitude tomar para que não fossem atingidos pelo mesmo agente que desferiria o golpe sobre todos os primogênitos que habitavam naquele lugar. Ordenou Deus que cada família se provesse de um cordeiro sem mácula, macho, de um ano, e o sacrificasse (Êx 12.6).

Imolado o cordeiro, Deus continua em sua prescrição: “E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem” (Êx 12.7). Os judeus deveriam passar sangue nas vergas das portas de suas residências para que fossem poupados da praga de mortandade (Êx 12.12,13). Era uma espécie de contrato procedimental estabelecido entre Deus e seu povo. Por isso, a Páscoa instituída no Êxodo celebrava (e ainda celebra) o fato de Deus ter poupado, protegido e libertado os israelitas quando os primogênitos do Egito foram mortos.

Jesus e a festa da Páscoa

Como varão israelita, Jesus estava obrigado, pela lei a, anualmente, comparecer a Jerusalém para as três grandes festas: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos (Dt 16.16).

A exigência da lei é muito clara. Todos os varões israelitas tinham de estar presentes em Jerusalém durante essas festas. “A larga propagação do povo israelita tornou isso impossível. Os palestinos mais piedosos procuravam, ao menos estar, em Jerusalém durante a Páscoa” .

Sabendo-se que Jesus cumpriu toda a lei, pode-se afirmar, com absoluta certeza, que Ele, a partir dos doze anos (idade em que os meninos israelitas passavam a ser conhecidos como “filhos da lei”), compareceu, anualmente, em Jerusalém, nas três grandes festas de Israel, em obediência à lei, à qual, como varão israelita, estava sujeito (Gl 4.4). O Novo Testamento, entretanto, registra apenas três ocorrências da presença de Jesus em Jerusalém durante a Festa da Páscoa (Na sua infância: Lc 2.40-42. No início de sua vida pública. E na sua morte: Jo 2.23; Mt 26.2; Jo 11.55-57; 12.1,12-23).

O sangue do cordeiro pascal tipifica o sangue de Jesus, derramado na cruz do Calvário, para a nossa redenção. O hissopo (um arbusto, ou subarbusto, que produz uma espécie de pendão com flores espiraladas), por conta da facilidade com que era encontrado, sempre ao alcance da mão, representa a fé (que “está junto de ti, na tua boca e no teu coração” – Rm 10.8), que é o instrumento pelo qual os méritos de Jesus são aplicados à verga e aos umbrais do coração do pecador. Todos aqueles cujo coração estiver marcado com o sangue do Cordeiro de Deus são saltados pelo destruidor.

Nenhum osso do cordeiro pascal seria quebrado (Êx 12.46). Isso também tipifica Jesus: “Foram, pois, os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que como Ele fora crucificado; mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas. Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. E aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz, para que também vós o creiais. Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado” (Jo 19.32-36).

Jesus é, pois, o nosso perfeito cordeiro pascal, aquele que foi crucificado de uma vez por todas, que se entregou em sacrifício único e nos arrebatou das trevas. Logo, não faltam aos cristãos verdadeiros motivos para a celebração da Páscoa.

A Páscoa e o calendário

Como o calendário judeu é baseado na Lua, a Páscoa cristã passa a ser móvel no calendário cristão, assim como as demais datas referentes à Páscoa, tanto na Igreja Católica como nas Igrejas Protestantes e Igrejas Ortodoxas. Todavia, o Vaticano tem autoridade para indicar outras datas.

As datas móveis do calendário que dependem da Páscoa:
Terça-feira de Carnaval 47 dias antes da Páscoa
Quaresma Inicia na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de Ramos (uma semana antes da Páscoa)
Sexta-feira Santa A sexta-feira imediatamente anterior
Sábado da Solene Vigília Pascal O sábado de véspera
Pentecostes O oitavo domingo após a Páscoa
Corpus Christi A quinta-feira imediatamente após o Pentecostes.

Obs.: A partir de 2008, a “Ascensão do Senhor” também será feriado, com data fixada em 29 de maio.

Notas:
1 COLEMAN, William L. Manual dos tempos e costumes bíblicos, Editora Betânia, p.263.
2 FINE, Doorin. O que sabemos sobre judaísmo?, Callis Editora, 1997, p.28.
3 CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, p. 36, Lc 2.41.
4 NETO, José Barbosa de Sena. A páscoa (artigo não publicado até o momento), 2002.
5 http//:pt.wikipedia.org/wiki/Páscoa.


FONTE: http://www.icp.com.br

Um comentário:

HISTORIADASUACIDADE disse...

SER CRISTÃO

Todos querem estar corretos perante aos outros e achando-se digno do reino dos céus, porém, se esqueceram de olhar para trás e ver o que é preciso para isto. Espera-se até que alguém venha lhes falar sobre Jesus, mas não é capaz de buscar por si só, se sujeitando a falsas doutrinas, falsos profetas, e toda a sorte que o encardido se dispõe a oferecer neste mundo que Deus criou para que nós sejamos dignos de cuidar assim como pastores de ovelhas para que ninguém se perca, maltrate o outro e mais outros pecados.
Quando Jesus disse que ninguém vai ao pai se não através dele, é porque os judeus em suas orações se dirigiam somente a Deus, pois não conheciam o filho ainda, e quando ele veio não acreditaram no seu poder. Poder este que é bem diferente do que eles esperavam, pois no antigo testamento, Deus fazia maravilhas para demonstrar seu amor, mas o seu povo achava que era para demonstrar apenas a temência pelo seu poder.
Deus não quer de maneira nenhuma aterrorizar o seu povo, mas ele se irou e Moisés intercedeu pelo povo (Êxodo 32,12), demonstrando amor pelo povo, amor esse que só será entendido quando o pai envia seu filho Cristo par conhecermos o que é verdadeiramente o amor. Por isso quando quisermos exemplo de santidade devemos olhar no novo testamento os santos apóstolos ou nos evangelhos, o próprio Jesus que nos fala. Já o antigo não deve ser exemplo para falsas profecias, mas par observamos o poder de Deus sobre o nosso mundo.
São Paulo, na carta a Tito (1,14-16), diz: “Não dêem ouvidos as fábulas dos Judeus”. Em outra ocasião ele escreve aos Coríntios (2°Cor 3,13-17) e escreve que aqueles que lêem a Moisés, tem um véu no coração.

A muito fui enganado com falsas doutrinas, que faziam propaganda do poder de Deus, para a temência dos fiéis. Assim freqüentando esses ambientes, me assustava constantemente com a igualdade que tinha esses cultos, com centros espíritas. Certa vez, estando em oração, o pastor começou a falar de uma outra igreja, como se fosse concorrência, e dizia: Lá pode tudo, fumar, beber, etc...Lá são idólatras. Foi então que eu vi que estava no lugar errado. Qual discípulo de cristo, vai mexer com outra igreja, ao invés de mostrar o caminho de Jesus? Então comecei a buscar a verdade, procurei sinais do ritual das missas e achei, procurei a verdade sobre o batismo e achei, e falta isto em nós católicos.

A Verdadeira idolatria é quando você coloca algo na frente de Deus, se é a bebida, você se embriaga. Por isso nosso Jesus transformou água em vinho, e bebia com eles. Tão bom você viver só com o necessário. Se a idolatria for o dinheiro, você com certeza vai pensar duas vezes antes de ajudar a um irmão. Ou então passar a perna em alguém porque você gosta mais do dinheiro do que amar alguém. Ou até mesmo roubar. Se a idolatria for o sexo, é porque você não amou ninguém de verdade então você vai acabar traindo sua esposa ou esposo. Ou no caso de um sacerdote, quebrar o voto. Mas seus ensinamentos vêm do evangelho que na bíblia são quatro, não como falsas doutrinas ignorantes que dizem que qualquer parte da bíblia é evangelho.
No dia do juízo, muitos baterão na porta e não entrarão no reino dos céus. Os falsos profetas dirão: mas senhor, eu expulsei demônios em seu nome, fiz grandes prodígios, etc... E Jesus responderá: eu não vos conheço! Justamente porque buscam engrandecer aquilo que chamam de igreja para própria glória.
Meu irmão me perdoe se fui diferente do seu entendimento, mas estou com a missão de evangelizar, que significa levar o evangelho. Se o evangelho são os quatro primeiros livros do novo testamento, por que ouvimos seguidores de outras doutrinas que se dizem cristãos, e lêem o antigo testamento, assim como também lemos e chamam os outros livros de evangelho????????- Nas missas lemos a primeira leitura, a segunda leitura e o padre, proclama o evangelho que é o verdadeiro. São Paulo nos diz em 2° CORÍNTOS 11,4: Mas temo que, como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim se corrompam os vossos pensamentos e se apartem da sinceridade para com Cristo.
4. Porque quando aparece alguém vos pregando outro Jesus, diferente daquele que vos temos pregado, ou se trata de receber outro espírito, diferente do que haveis recebido, ou outro evangelho, diverso do que haveis abraçado, de boa mente o aceitais.
5. Mas penso que em nada tenho sido inferior a esses eminentes apóstolos.
1. Por que guardamos o domingo?
O primeiro grande motivo é porque neste dia Jesus ressuscitou. Mc 16,9: "Tendo Jesus ressuscitado de manhã, no primeiro dia semana...".
Quando examinamos todos os outros textos dos evangelhos que falam das aparições de Jesus ressuscitado, vemos que Ele só apareceu aos domingos. Por exemplo: Jo 20,19: "Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio deles". Foi nesta ocasião que Tomé estava ausente e duvidou que Jesus tivesse aparecido. O mesmo evangelho de São João nos diz: Jô. 20,26: "Oito dias depois estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles".
O ponto central de toda a fé cristã é a ressurreição de Jesus, portanto, não é por acaso que o domingo passou a ser o dia santificado. O domingo é o sinal da NOVA ALIANÇA, realizada por Deus de uma vez por todas.
Vemos, portanto, que o sábado foi dado por Deus, aos israelitas, para lembrarem de que haviam sido libertados da escravidão do Egito. Era um dia santificado, para meditar sobre estes feitos do passado, quando Deus fez uma aliança com o Seu povo no deserto.
Até a sua Ressurreição, Jesus e os seus discípulos observaram o sábado e as festas judaicas. Porém, com a Sua Morte e Ressurreição, tudo mudou. Col 2,16-17: "Ninguém, pois, vos critique por causa de comida ou bebida, ou espécie de festas ou de luas novas ou de sábados. Tudo isto não é mais que sombra do que devia vir. A realidade é Cristo". Em outras palavras, por causa da vida, morte e ressurreição de Jesus, as festas do A.T. já estão cumpridas, e continuar observando-as significa ainda estar na Antiga Aliança, como se Cristo não tivesse vindo. Os santos ou os Profetas?? Qual deles são os imitadores de cristo? Quem faz guerra aos santos?
Graças a Deus veio Jesus! Graças a Jesus subiu os santos! Graças aos santos existe a santa igreja católica!Amém.