domingo, 15 de maio de 2011

Consciência cristã, cidadania e boicote


João Cruzué
Uma das formas não violentas mais efetivas de exercer pressão e conseguir vitórias quase impossíveis é o BOICOTE. Tenho voltado a este assunto porque há ainda muito desprezo e discriminação contra evangélicos no Brasil.


O boicote foi usado com sucesso por Gandhi, na Índia, contra 300 anos de dominação do Império Britânico. O Exército inglês cometeu tantas barbaridades e tantas arbitrariedades que chegou ao ponto de ter sua imagem muito mal vista dentro da própria Inglaterra. Mahatma Gandhi apeou a "Union Jack" das costas da Índia sem dar um tiro sequer contra a maior potência mundial da época.


O Pastor Martin Luther King, Jr. também utilizou os mesmos métodos de não violência ou resistência pacífica nos anos 50/70s para conquistar a igualdade dos direitos civis dos negros americanos oprimidos - não por um inimigo externo - mas por irmãos protestantes de raça branca, que empunhavam uma Bíblia com uma mão e com a outra brandia não só o preconceito como armas e fósforos.


O Brasil é um país cheio de injustiças, com uma dívida social muito grande. Apenas para não ficar em palavras, vou dizer um número: cerca de 130 milhões de brasileiros ADULTOS ainda tiveram acesso a uma Faculdade. Mais de 80 mil (adultos) ainda não concluíram o ensino médio.


Os meios de comunicação tratam com indiferença estes números, voltando-se a eles apenas em anos de eleições majoritárias.


O respeito ao povo evangélico tem melhorado nos últimos anos, porque estamos começando a ter consciência de cidadania e engatinhando no exercício da política. Durante meio século, os pastores e mestres de nossas Igrejas nos ensinaram que política não era atividade para crentes, e com esse pragmatismo evitaram as garras da ditadura dentro das Igrejas Evangélicas. Mas a ditadura passou e somente 25 anos depois os crentes começaram a perceber que sem organização política os recursos orçamentários da nação precisam de reorientação.


Mas o preconceito contra os crentes ainda é vivo.


No trato com o contexto global, nosso comportamento e idiossincrasia sempre são vistos como o atraso da sociedade que abertamente nos aconselha que devemos "cuidar só de religião" e deixar a política e o comando da nação para (eles) os não cristãos. Com isso, uma minoria incrédula e anticristã vem exercendo com muita eficiência o controle da formação de opinião desta nação.


Estamos a ponto de perder nossa liberdade e expressão por causa de um projeto de lei anticristão que objetiva mudar os textos da Constituição e do Código civil. Somando católicos e crentes, temos maioria da população, mas somos governados e tangidos por lideranças que nunca foram cristãs, porque nunca nos organizamos e desconhecemos a força política que temos.


Quando a TV Globo, useira e vezeira em rotular crentes, tinha certa novela no ar que ridicularizava e discriminava mulher crente, sofreu uma campanha de desaprovação maciça na blogosfera evangélica e troca de emails, recuou e por causa dos protestos não permitiu, inclusive, que fosse ao ar o primeiro beijo homossexual da televisão. Crentes são grandes consumidores; cerca de 20/25% das famílias brasileiras. Novelas são patrocinadas por marcas de produtos destinados ao consumo de massa, baratos, e acessíveis às classes mais pobres. Grandes empresas ficam de olho nos "trending topics".


Nós, cristãos evangélicos, devemos e podemos tomar atitudes muito eficientes ao movimentar o dinheiro de nossos bolsos. Precisamos estar atentos e abrir nossos olhos ao que nos discrimina, despreza e ofende. Na política, todo senador, deputado ou vereador que é sistematicamente contra qualquer posicionamento da Igreja - nunca mais deve receber o voto de um crente. O Pastor ou o filho do Pastor que se candidatar e ganhar um cargo de representação política e nele se corromper e for motivo de vergonha para a Igreja, nunca mais deve ser re-eleito.


Também da mesma forma, todo preconceito, discriminação, ofensa, calúnia que for veiculada em uma Rede de Televisão, Rádio ou imprensa escrita - comprovada e sistematicamente - deve sofrer a ação de um boicote. E a experiência mostra, que a melhor forma de fazer isto é pela via indireta: deixando de comprar lá no supermercado os produtos das marcas que patrocinam tais programas.


Sei que não são muitas as pessoas que leem este blog, mas que este assunto precisa ser analisado profundamente em nossa consciência - precisa. Sim, porque não podemos financiar as fontes de preconceitos, discriminação, abandono político, que nos atingem direta ou indiretamente. Seria o mesmo que dar colocar a espada nas mãos do seu inimigo. Por ignorância muita gente simples não sabe como fazer isto, e nem sabe que está sendo discriminada, ofendida ou desprezada.


Mas você e eu sabemos. E se sabemos, não podemos ficar indiferentes nem ser omissos.

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