Muitas pessoas não levam mais sua Bíblia à Igreja, levam seu Smartphone, não levam o seu hinário utilizam-se dos Datashows e as músicas já não são os hinos, dentro de pouco tempo também não vão levar dinheiro para dizimar, mas o cartão de crédito. E ainda temos alguns que pensam que as pessoas não irão mais às Igrejas, assistirão ao culto online e terão aconselhamento pastoral pelo MSN, Chat, Twitter, utilizando-se da Webcam. Os que "adoram" ir até a Igreja podem se sentir fora do contexto, desatualizados e indagam: Poderemos ter uma Igreja totalmente online?
Já podemos perceber o grande crescimento de igrejas que transmitem seus cultos ao vivo pela internet. Isso tem facilitado o acesso, principalmente, para as pessoas impossibilitadas de saírem de casa, aquelas que não possuem uma igreja em sua região e até mesmo para brasileiros em outros países . Neste mesmo movimento, vimos crescer as Rádios Web nos sites das Igrejas evangélicas.
Todo este avanço tecnológico traz consigo novos desafios. Para conhecer um pouco mais sobre estes, entrevistamos o Pr. Moysés Ramos, pastor presidente da Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Londrina- PR, graduado em Teologia e especialista em Administração e Liderança Cristã pela Faculdade Teológica Sul Americana- FTSA.
Como e quando a necessidade de possuir uma rádio web e um espaço para a transmissão do culto online surgiu?
As Igrejas localizadas nas cidades maiores precisam usar os meios de comunicação tanto para evangelização dos não alcançados quanto para mobilização dos membros da Igreja. A AD em Londrina nos últimos anos usa a rádio via internet 24 horas para transmissão das reuniões, palestras e música cristã.
Em 1955 a Igreja iniciava seu programa de Rádio "Voz das Assembléias de Deus". Durante estes 100 anos de existência muito do crescimento das Igrejas Assembleias de Deus aconteceu devido ao uso das mídias, como os programas de Rádio, Jornais e Livros que foram criados tendo como objetivo principal a evangelização. Quanto ao uso da web rádio e do culto online, o Sr. acredita que seja um espaço, também, com o objetivo principal da evangelização, ou é uma maneira de alcançar os membros que não podem ir até a Igreja?
A principal frente de evangelização da Igreja é através dos seus membros pelo contato direto com as pessoas: evangelismo pessoal, convite para virem aos cultos e reuniões em pequenos grupos. Mas Rádio, TV, Internet são mídias que ajudam e são eficientes na mobilização. Os que por limitações de saúde ou outra emergência em casa não podem naquele dia comparecer aos cultos, naturalmente acompanham pela internet. O índice é muito pequeno.
O que se faz necessário, quanto aos custos, recursos humanos e equipamentos técnicos para a existência da Rádio Web e para o Webculto?
Essas transmissões hoje são muito simples. Quem tem Banda Larga, Provedor, um computador com configuração suficiente - placa de som- e um sistema de captação através de um dos vários programas oferecidos, pode fazer sua Radio Web. Uma pessoa opera o sistema e o custo é a assinatura da Banda Larga e Provedor.
Alguns receiam que ter um Website com ferramentas para o culto online possa desestimular os membros para ir a Igreja assistir o culto, preferindo ficar em sua casa. Desde que foi criado, o Sr. já conseguiu observar se este efeito ocorreu ou não em sua Igreja?
Quero usar uma metáfora para explicar isso. Culto é como comprar pão na padaria. Você precisa vê o pão, dizer me dá aquele mais torradinho, ou mais clarinho, que saiu agora do forno. Assim é o comportamento dos membros da Igreja em relação aos cultos. Eles querem estar presentes, vê os irmãos, ter comunhão, cumprimentar, adorar a Deus, orar com os outros, ouvir a Palavra e receber a ministração diretamente. Rádio, TV e Internet não propiciam o mesmo calor fraternal que todos precisam. Por isso, em nossa experiência isso nunca atrapalhou a frequência dos membros aos cultos.
O que é feito para que o culto online seja um apoio às atividades da Igreja e não um concorrente?
Como já afirmei, as transmissões contribuem para a divulgação dos trabalhos, inclusive para vários lugares do Brasil e até fora do país. O Culto online serve mais para os que estão viajando e para pessoas de outros lugares que apreciam nossas reuniões.
Outro receio que já ouvimos de algumas lideranças é de que a Igreja se torne uma "igreja online", ou seja, algo que substitua as igrejas convencionais por igrejas equivalentes online, onde tudo inclusive os aconselhamentos, apoio e interações acontecem online. Qual a sua opinião a respeito?
Os consultórios de Psicologia online nunca tiveram muito sucesso, por que as pessoas precisam do encontro com o outro, vê o rosto, estar presente. Assim também é na Igreja. Nunca teremos nada que substitua a comunidade no seu ajuntamento, como corpo, em comunhão. No aconselhamento, mesma coisa. Você liga, conversa, fala pelo msn, mas a pesssoa diz: "pastor vou passar aí no seu gabinete, preciso falar com você".
Quais são as suas palavras para pastores e líderes que estão receosos para utilizar estas ferramentas.
Que nenhum líder deixe de usar os meios de comunicação para evangelizar, edificar e mobilizar a sua igreja. Use bem essas tecnologias, se não ela será cada vez mais usada para o mal.
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