sexta-feira, 23 de novembro de 2007
O que resta no fim?
Norbert Lieth
Quem tem tempo?
A tecnologia nos presenteia constantemente com artefatos para se "poupar tempo". Em poucas horas damos meia volta ao mundo, em poucos minutos dispomos de mais informações que dispunham todas as gerações que nos antecederam e medimos a arrancada dos campeões de esqui em centésimos de segundo. Em casa, uma máquina de lavar louça se encontra na cozinha, e um computador de última geração, bem equipado com os últimos lançamentos em software, ocupa nossa escrivaninha, e os filhos aumentam a velocidade e o barulho de suas motos "envenenando" os motores. Apesar de todos esses recursos temos cada vez menos tempo. Por que será?
Olhos nos olhos
Ponha em prática este conselho: Conscientemente tome tempo para ficar a sós com uma pessoa querida. Olhe simplesmente em seus olhos, sem dizer nada. Você vai descobrir que não é tão fácil assim. Os "ladrões de tempo" arruinaram os nossos sentimentos e, com isso, também a nossa capacidade de nos relacionarmos com o nosso próximo. Temos medo de perder alguma coisa importante na vida. Só os vitoriosos, os ganhadores, os que fazem mais barulho são notados. A tripla exortação da Palavra de Deus, com sua delicadeza, quase passa desapercebida:
Ontem – hoje – amanhã
Em relação ao tempo que passou a Palavra de Deus diz: "não te esqueças..." (Sl 103.2). Temos as grandiosas obras de Deus na nossa retaguarda! Por exemplo, o povo de Deus já vive desde 1948 na terra prometida.
Para o hoje está escrito: "Alegrai-vos sempre no Senhor!" (Fp 4.4). Cristo vive em mim!
Acerca do amanhã está escrito para todos os cristãos: "...ninguém as arrebatará da minha mão" (Jo 10.28; Rm 8.38-39). Esta certeza me dá confiança e esperança para o futuro.
Ter tempo...
A pessoa a quem Deus presenteia a eternidade tem tempo. Ter tempo não é uma questão de relógio ou de agenda, mas é uma questão de amor! Por isso, não tome bons propósitos, pois eles só duram alguns poucos dias. A máquina do tempo os arrancará de você. Só o amor de Deus pode lhe abrir os olhos. Então, de repente, você não verá mais sua esposa ou seu marido, seus filhos ou seu próximo com um olhar marcado pela pressa. Isso lhe custará tempo, mas a colheita será imensuravelmete grande. (C.W. em "EDU-Standpunkt", Nº 1/1997)
Quando o Senhor Jesus diz: "...os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera" (Mt 13.22), isso com certeza se aplica também ao modo de se lidar com o tempo. A preocupação cotidiana nos rouba o tempo, a busca por conforto e riqueza ocupa todo o nosso tempo. Assim, não apenas a Palavra de Deus é sufocada, mas igualmente é sufocado o nosso relacionamento com nossos familiares e com as pessoas que nos cercam. No fim, talvez tenhamos conseguido tudo, só não tivemos tempo, e chegamos à conclusão de que não conseguimos nada.
Quantos viúvos e viúvas sofrem depois da morte de um dos companheiros por terem tomado tão pouco tempo um para o outro. E quantos filhos sofrem por toda a vida por não terem tido a devida atenção dos pais; eles sentem falta das mais belas recordações da infância porque o pai e a mãe nunca tiveram tempo de verdade para eles.
A pergunta do Senhor Jesus também é válida neste contexto: "Pois, que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" (Mt 16.26). E parafraseando a passagem bíblica, podemos adaptá-la ao nosso assunto da seguinte forma: "Que adianta ao homem ter tido uma vida longa se nunca teve tempo para o próximo?" (Norbert Lieth)
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, julho de 1997.
www.chamada.com.br
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