domingo, 11 de janeiro de 2009

O Sol e a Lua


C. H. Mackintosh

O Sol

O sol é o grande centro de luz, o centro do nosso sistema. Em redor dele giram os astros menores. Dele recebem, também a sua luz. Por isso, o sol pode, legitimamente, ser visto como um símbolo próprio d’Aquele que em breve há de levantar-Se, trazendo cura nas Suas asas, para alegrar os corações daqueles que temem o Senhor. A aptidão e beleza do símbolo são inteiramente claras para quem, tendo passado a noite em vigília, presencia o nascer do sol dourando com os seus raios o céu oriental. As neblinas e as sombras da noite são dispersas, e toda a criação parece aclamar o regresso do astro de luz. Assim será, em breve, quando aparecer o Sol da Justiça. As sombras da noite fugirão, e toda a criação regozijar-se-á com o raiar de uma “manhã sem nuvens” – o alvorecer de um dia brilhante e interminável de glória.

A Lua

A lua, sendo por si mesma opaca, recebe toda a sua luz do sol. A lua reflete sempre a luz do sol, salvo quando a terra e as suas influências intervêm. Tão depressa o sol se põe no nosso horizonte, a lua apresenta-se para receber os seus raios de luz e refleti-los outra vez sobre o mundo na escuridão; ou no caso de ser visível durante o dia exibe sempre uma luz pálida, como resultado inevitável de aparecer na presença de maior claridade. É verdade, como tem sido observado, que o mundo às vezes interpõe: nuvens escuras, neblinas cerradas, e vapores gelados, também, levantam-se da superfície da terra e ocultam da nossa vista, a luz prateada da lua.

Contudo, assim como o sol é o símbolo lindo e próprio de Cristo, do mesmo modo a luz nos lembra admiravelmente a Igreja. A origem da sua luz está oculta para a vista. O mundo não O vê, mas ela vê-O; e é responsável por refletir os Seus raios de luz sobre o mundo de trevas. O mundo não tem meio de conhecer coisa alguma de Cristo senão por meio da Igreja. “Vós”, diz o apóstolo Paulo, “sois a nossa carta,... conhecida e lida por todos os homens”. E acrescenta: “Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo” (2 Co 3:2). Que lugar de responsabilidade! Quão sinceramente deve ela vigiar contra tudo que impede o reflexo da luz celestial de Cristo em todos os seus caminhos! Porém, como deve a Igreja refletir esta luz? Permitindo que a luz brilhe límpida. Se a Igreja tão somente andar na luz de Cristo, há de, certamente, refletir a Sua luz; e isto, mantê-la-á sempre na sua própria posição.

A luz da lua não é sua. Do mesmo modo acontece com a Igreja. Ela não é chamada para se mostrar a si mesma ao mundo. Deve, simplesmente, refletir a luz que recebe. É obrigada a estudar, com santa devoção, o caminho que o Senhor trilhou aqui no mundo; e mediante a energia do Espírito Santo, que habita nela, seguir nesse caminho. Mas, ah! O mundo com as suas neblinas, nuvens, e os seus vapores, intervém e oculta a luz e mancha a epístola. O mundo não pode ver muito dos traços do caráter de Cristo naqueles que se chamam pelo Seu nome; na verdade, em muitos casos, eles apresentam um contraste humilhante, em vez de uma semelhança. Possamos nós conhecer Cristo devotamente, de modo a podermos imitá-lo mais fielmente.

Trecho extraído do livro: Estudo Sobre o Livro de Gênesis – C. H. Mackintosh - páginas 12 e 13Editora Depósito de Literatura Cristã.

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